São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994 |
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'Problema é do governo estadual'
FERNANDO RODRIGUES
Milani acha que o Exército atuará apenas de forma emergencial. Vai, eventualmente, limpar os morros da criminalidade. Mas o trabalho será inútil se o governo não começar imediatamente –ou mesmo de forma concomitante– a dar melhores condições de vida aos favelados. "Quando esses cidadãos perceberem que têm direito a trabalho, educação para os filhos, moradia e saúde vão passar de novo a crer no futuro da sociedade", diz Milani. O sociólogo da ESG acha que o governo deve fazer um programa para "revitalizar a sociedade, para reconstruir a cidadania". A forma mais ou menos violenta de atuação do Exército na coordenação da operação no Rio, afirma Milani, terá relação direta com o reestabelecimento do crédito que a população tem nas instituições. "Mas será uma operação inteligente e não um negócio de dar tiro para cima. Quanto menos violência, melhor. Agora, eu creio que é uma coisa intuitiva: se houver ação de violência dos bandidos, ela terá de ser contida." Sobre o moral das tropas que devem participar da operação, Milani diz não ter informações diretas. Mas "numa circunstânica desse tipo, que é em benefício de todos, há um certo entusiasmo". O fato de o Exército não ter sido treinado para operações como a que será feita no Rio não preocupa Milani. Ele acredita que os militares "vão se adaptar". Para ele, "não faz sentido que não se ussasse esse recursos extraordinário" no Rio. (FR) Texto Anterior: Estrategista do Exército critica operação Próximo Texto: Governo quer fiscalizar bens de servidores Índice |
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