São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994
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Revoada eleitoral

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Na véspera do segundo turno, apareceu tucano para todo lado, ontem na TV e no rádio. As restrições legais, quanto à proximidade da eleição, não foram maior empecilho. Afinal, formalmente, não era uma propaganda real, de verdade.
A revoada começou pela rádio Gaúcha, usada por Fernando Henrique para falar em favor de Antônio Britto. Ele seguiu o exemplo de Rubens Ricupero, que usava a condição de governo como desculpa para a propaganda eleitoral indireta.
No Aqui Agora, foi a tucana Zulaiê Cobra Ribeiro quem apareceu para falar em favor de governadores responsáveis, dando como exemplos de governadores nada responsáveis aqueles do Rio, pedetistas como o adversário de Mário Covas.
Até o presidente dos tucanos, o mineiro Pimenta da Veiga, que não vinha tendo maior chance na televisão, apareceu do nada para uma Entrevista Coletiva, na Bandeirantes. Para falar sozinho, longamente, a poucas horas da eleição.
Visita e compras
Mário Covas voltou ele próprio a aparecer na televisão, ao vivo. Foi no Rede Cidade, da Bandeirantes.
Até aí, nada demais. O engraçado foi a justificativa para o seu encontro com Itamar Franco, também ontem. "Eu devia uma visita a ele", disse o candidato tucano, confundindo-se, tirando risadas dos apresentadores do programa.
O tucano tremeu, para não admitir que fazia propaganda na véspera do pleito, mas seu adversário não fez diferente. Francisco Rossi caminhou pelo centro de São Paulo. Questionado, afirmou que foi só para "comprar uma camisa".
Manancial da fraude
– Não deixe cédulas em branco. Elas são o manancial da fraude.
A declaração do presidente do Tribunal Superior Eleitoral à Globo, reiterada depois em cadeia de rádio e televisão, foi feita com a melhor das intenções. Mas deixou uma insegurança ainda maior, quanto ao controle do Estado.
Brizola e o Exército
– Ótima.
Afinal, na CBN, Leonel Brizola deu a sua opinião sobre a presença militar no Rio de Janeiro. Afirmou ter gostado. O próximo passo é dizer que, também ele, sempre defendeu a ação direta das Forças Armadas e da União no Estado.

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