São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994
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Alemanha vê conquista de Schumacher de modo frio

SILVIA BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE BERLIM

A conquista do campeonato de Fórmula 1 por Michael Schumacher, primeiro alemão a chegar a campeão na categoria, foi recebida com indiferença na Alemanha.
Apenas a cidade-natal do piloto, Kerpen, na região centro-oeste do país, acordou na madrugada de domingo para assistir e comemorar nas ruas a vitória –conseguida, basicamente, através de um acidente em que Schumacher saiu e tirou da pista seu único rival, Damon Hill.
Críticos em relação a corridas de carro, os alemães se identificam mais com o futebol, esporte mais popular no país.
Eles também abrem uma exceção ao tênis, no qual há muitos anos vêem brilhar as suas estrelas Steffi Graff e Boris Becker.
O único jornal que destacou ontem a conquista em sua manchete foi o sensacionalista "Bild", o maior do país e de tendência nacionalista.
"Schumi campeão!" foi o título da primeira página e "Schumi super-homem!", seu título interno.
Os jornais sérios destacaram a vitória, mas lembraram os escândalos do campeonato.
"Ponto para Schumacher o fato de, no momento mais importante de sua carreira, dedicar o título a Ayrton Senna", escreveu o comentarista do "Tagesspiegel", de Berlim. "Mas este repente de inspiração não apaga os momentos negativos desta temporada".
O "Frankfurt Allgemeine" afirma que o feito de Schumacher não o coloca entre os ídolos esportivos alemães mais reconhecidos.
Os jornais alemães também lamentaram o fato de, mais uma vez, um campeonato de Fórmula 1 se decidir num acidente. Mas não condenaram Schumacher por isso.

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