São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994 |
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Caminho de Deus está sempre aberto
PAULO COELHO
E grita o guardião dos valores sociais: "Como perdoar a mulher adúltera, se ela pecou?" E o penitente rasga suas roupas: "Por que curar um cego que só pensa em sua doença e nem sequer agradece?" E grita o político: "Por que dar a César o que é de César e não levantar as massas contra os opressores?" E o asceta esperneia: "Tu deixas que a mulher derrame em teus cabelos um óleo caro! Por que não vendê-lo e comprar comida?" Sorrindo, Jesus segura a porta aberta. E entram todos que quiserem entrar, independentemente da gritaria histérica. Texto Anterior: Biógrafos acham bilhete de De Sica a Mussolini Próximo Texto: QUE PREGUIÇA! VOU TOMAR SOl, NO JABURU! Índice |
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