São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Eleito é dono de alguns hábitos estranhos

REINALDO AZEVEDO; NILSON DE OLIVEIRA; CLÓVIS ROSSI
DA REDAÇÃO E DA

Reportagem Local
O senador Mário Covas, virtual governador eleito de São Paulo, é dono de alguns hábitos pouco cartesianos para um engenheiro acostumado a fazer alguns cálculos complicados de cabeça, prática, aliás, que lhe foi desconselhada pelos "marketólogos" da campanha.
Às 15h do sábado, após um passeio pelas pestilentas águas do rio Tietê, o então candidato ao governo ainda não havia almoçado.
Enquanto recebia a Folha em seu escritório político, na av. 23 de Maio, engolia com calma, mas com fome evidente, dois mistos quentes e guaraná com gelo.
No Palácio dos Bandeirantes, terá para servi-lo vários garçons e cozinha 24 horas.
Ex-fumante, Covas não resiste aos apelos dos cigarros de dois entrevistadores (que foram autorizados a fumar). Pede um, que mantém na boca, apagado, "apenas mamando". Indagado se sua mulher, dona Lila, não se incomoda com tal hábito, diz: "Ela sabe, já está acostumada". E revela: "Embora não fume mais, nos aviões, prefiro a ala dos fuamentes para ficar sentindo o cheirinho".
Safenado, o senador está visivelmente acima do peso, que ele mantém em sigilo assim como os financiadores de sua campanha. Da operação do coração, uma cicatriz extensa, mas bem curada, que se entrevê pela camisa aberta ao peito.
O relógio de Covas ainda conserva o antigo horário, uma hora atrasado, portanto. Indagado sobre os motivos, o senador, que aparece na TV manipulando um microcomputador, confessa que não sabe mexer num simples relógio digital.
(Reinaldo Azevedo, Nilson de Oliveira e Clóvis Rossi)

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