São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Para Azeredo, Estado será uma das 'bases' de presidente eleito

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador eleito de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB) –que tem como vice Walfrido dos Mares Guia (PTB)–, disse ontem que a administração tucana em Minas, Rio e São Paulo será a "base de apoio" de FHC.
Azeredo, que reconheceu a vitória só ontem, disse que não tem "preconceitos" e que, sempre que necessário, vai buscar o entendimento com os aliados do candidato derrotado, Hélio Costa (PP).
Costa, por sua vez, cancelou a coletiva que daria hoje e passou o dia de ontem fechado em seu apartamento em Belo Horizonte.

Agência Folha – Com quem o sr. pretende compor o novo governo?
Eduardo Azeredo – Eu vou buscar formar o governo com pessoas que queiram trabalhar conosco, de várias facções. Não tenho nenhuma restrição.
Agência Folha – Na busca do apoio político, o senhor deve ter dificuldades junto aos deputados federais, já que, da bancada de 53 deputados, cerca de 30 apoiaram Hélio Costa ou o apoiaram apenas no segundo turno, caso do PT.
Azeredo – Dos 17 deputados da coligação do outro deputado, quatro me apóiam. Também do PMDB, quatro me apóiam. Então, os números já mudam um pouco.
Mas, de qualquer forma, não tenho preconceitos. Quando for do interesse de Minas, vou procurar também os deputados que foram oposição neste momento.
Agência Folha – Quais os maiores desafios que o sr. terá?
Azeredo – A questão da saúde é hoje o maior problema que temos. Mas, junto a isso, é a busca da estabilidade econômica.
Se nós tivermos a volta da inflação, os maiores prejudicados serão o governo e a população de Minas.
Vamos lutar muito para ajudar o governo federal a manter o Real de pé e dando certo como está.
Agência Folha – Como o sr. pretende se relacionar com os governadores de São Paulo e Rio, também do PSDB?
Azeredo – São pessoas que têm o mesmo pensamento em relação a uma política nova e são os três maiores Estados, com 70% do PIB (Produto Interno Bruto).
Será a base de apoio que o governo terá. Além disso, tenho falado com outros governadores que poderão atuar em conjunto (citou Antônio Britto, PMDB-RS, e Vitor Buaiz, PT-ES).

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