São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Cai custo da importação por correio

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo deve decidir hoje em quanto vai ampliar o limite de isenção das importações feitas por reembolso postal. Também define a redução do Imposto de Importação –atualmente de até 100%– para os produtos adquiridos via Correios.
Reunião entre representantes da Receita Federal, da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) e do Banco Central, em Brasília, decidirá as novas alíquotas.
Há duas propostas em estudo, segundo José Américo Mignoni, inspetor chefe da Receita Federal em São Paulo. A primeira amplia a atual isenção de US$ 50 para US$ 100, cobra 30% nas compras entre US$ 101 e US$ 1.000 e 50% nas superiores a US$ 1.000.
A segunda proposta mantém a isenção para compras até US$ 50, cria a taxa de 50% para as compras de valor entre US$ 51 e US$ 1.000 e de 70% para as acima de US$ 1.000.
Atualmente, as compras até US$ 50 são isentas de impostos e há uma tabela progressiva, que varia de 40% a 100%, para as compras até US$ 500.
A medida faz parte da estratégia do governo federal de facilitar a entrada de produtos no país e de manter estáveis os preços dos similares nacionais.
Com alíquotas menores, Mignoni prevê um crescimento nestas importações, geralmente feitas através de catálogos.
"Há dois anos, liberávamos 250 volumes por dia. Hoje, já são mil pacotes/dia. A redução do imposto deve aumentar este movimento."
As empresas que trabalham neste tipo de importação prevêem que modelos mais sofisticados ficarão mais acessíveis aos brasileiros.
Crescimento
Paulo Humberg, diretor da Victor, empresa de importação via catálogo, diz que os impostos atuais dificultam o ingresso de produtos mais sofisticados no país.
Exemplo: um walkman digital, com diversos recursos, custa US$ 55 nos EUA. Com impostos e frete, chega por US$ 90 no Brasil.
Walter dos Santos, diretor da Mappin Stores Company, prevê crescimento entre 15% e 20% nas vendas já neste Natal com a redução de impostos. Hoje, a empresa, que trabalha com compras no exterior através de catálogos, recebe 350 pedidos por dia.
"Cerca de 90% dos nossos pedidos estão na faixa dos US$ 49. Se aumentar a isenção, o valor de cada compra deve subir.

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