São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994
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Alpargatas lucra 30% mais que em 93

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A São Paulo Alpargatas S/A, que atua nas linhas de calçados, tecidos e confecções, comemora o seu melhor desempenho desde o início da década de 90.
A receita bruta da Alpargatas também deu um salto, de 33%, no período –de US$ 356 milhões para US$ 474 milhões.
"Estes números são resultado do programa de reestruturação, em vigor há três anos", diz Diego Jorge Bush, presidente do conselho administrativo.
Em julho, diz ele, a empresa concluiu a primeira etapa do plano de reengenharia administrativa. Com isso, conseguiu economia de US$ 2 milhões.
A Alpargatas também acelerou o processo de desimobilização de ativos, associou-se à Santista –criando a Alpargatas Santista Têxtil– para tornar-se mais competitiva na produção de índigos e reformulou linhas.
Uma das ações da empresa que deu certo, diz Bush, foi o lançamento das lojas de fábrica –Meggashops. Hoje, elas já são 13. São especializadas na revenda de produtos de segunda linha.
"Com este canal de distribuição conseguimos ter lucro nesta categoria de produtos", diz Bush. Alberto Bacchiocchi, diretor de operações, diz que até 5% da produção descontinuada da empresa são vendidas nos Meggashops, que já faturam US$ 10 milhões por ano.
A Alpargatas, diz Bush, vive um dos seus melhores momentos. A empresa tem pedidos das lojas para vender entre 20% e 30% mais. Mas, mesmo assim, opera com 80% da capacidade.
Para o primeiro trimestre de 1995, a diretoria da Alpargatas, prevê vendas entre 20% e 30% maiores do que às de igual período deste ano.
Os investimentos para o ano que vem deverão ser da ordem de US$ 20 milhões –mesma quantia anual dos últimos três anos.
A Alpargatas decidiu encerrar as exportações de calçados de couro para os Estados Unidos. Elas somavam US$ 10 milhões anuais.
Este valor representava 50% do faturamento da sua fábrica de sapatos de couro –a Terra–, localizada em Franca (SP). "A defasagem cambial vai liquidar a exportação de calçados do Brasil", diz Bacchiocchi.(Fátima Fernandes)

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