São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994 |
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JORGE CARRARA
Ele foi criado por Fernando Nicolau de Almeida, enólogo da Casa Ferreira, produtora de portos, que procurava elaborar na região do Douro (norte do país) um tinto nos moldes dos grandes vinhos do mundo. Após uma visita de estudos à França e consultas com o famoso enólogo Emile Peynaud, Almeida ensaia o seu primeiro Barca Velha, em 1953. Sua experiência deu certo e o Barca Velha virou uma lenda. O último a ser liberado (ele só é colocado à venda após amadurecer em carvalho e garrafas) foi o de 85, que tem um estilo elegante, tanto no aroma frutado (cerejas, framboesas) quanto no paladar (tânico ainda), marcado por tons finos de madeira. Vários Douros deste tipo (Quinta do Cotto, Quinta do Confradeiro) têm aparecido nos últimos anos. A própria Ferreira produz outro deles, o Vinha Grande. O da safra 90 é um belo tinto, redondo, com bom corpo e características frutadas intensas com suave toque de carvalho e especiaria. A região do Alentejo, no sudeste, também é fonte de tintos de ponta, como o Quinta do Carmo. Habitualmente denso e potente, o da safra 88 é bastante tânico, mas tem um bom aroma e sabor de frutas vermelhas e carvalho. Outro bom expoente da região é o Garrafeira dos Sócios, da Cooperativa de Reguengos de Monsaraz. O de 90 (um dos melhores saídos de lá) é equilibrado e fino, tem sabor longo e atraente de fruta (groselhas), madeira e canela suave. E assim como os outros, deixa no paladar a clara sensação de que o Barca Velha –tradicional e caro monarca dos vinhos portugueses– já não reina sozinho. Texto Anterior: Palmito oferece muitos prazeres à mesa Índice |
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