São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entidade americana pode reclamar na OEA contra possíveis ilegalidades

ELVIS CESAR BONASSA
DA REDAÇÃO

A "Human Rights Watch" pretende reclamar junto à OEA (Organização dos Estados Americanos) contra o Brasil, caso se confirmem ações ilegais na ocupação da favelas cariocas pelo Exército brasileiro.
Em entrevista por telefone, de Washington, James Cavallaro, representante da organização de direitos humanos –antiga "America's Watch"–, afirmou que causaria "muita preocupação" a confirmação de "arrastões" militares contra moradores das favelas.
Segundo Cavallaro, a organização tem dois caminhos para agir: tentar influenciar a opinião pública internacional e apresentar reclamação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
Através dessa comissão, seria feita uma solicitação ao governo brasileiro para cessar as eventuais ações do Exército que firam as leis brasileiras ou acordos internacionais firmados pelo país.
"O combate ao narcotráfico pode ser feito pelas polícias civil, militar e federal e até pelo Exército, desde que se respeitem as regras estabelecidas em convênios e no direito internacional".
Cavallaro disse que não dispõe de informações ainda para tomar uma posição clara. Mas considerou "preocupante, se for verdade" o fato de soldados do Exército estarem realizando prisões.
Em nota divulgada ontem , antes do início das operações militares, a entidade afirmava: "Não devem ser aceitas prisões, exceto de acordo com a lei. (...) As medidas devem permanecer dentro dos limites estabelecidos pelos padrões internacionais regidos pelo estado de direito democrático".

Texto Anterior: 80 militares fazem blitze em acessos a morros na zona norte
Próximo Texto: Exército ocupa acesso de 2 morros na zona sul
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.