São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
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Vítima voltou dos EUA dia 11

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOROCABA

Caetano Cariani era uma pessoa saudável e raramente tomava remédios. A afirmação é da mulher dele, Wanda Belfort Cariani, 69.
"De vez em quando, ele tomava um comprimidinho para pressão alta", afirmou Wanda à Agência Folha.
Segundo ela, a saúde do marido era tão boa que ele decidiu viajar sozinho para os EUA para visitar a mãe de 95 anos e uma irmã, que moram em Washington.
Cariani passou um mês nos Estados Unidos. Além de Washington, ele visitou as cidades de Miami e Orlando, no Estado da Flórida e a Carolina do Norte.
O comerciante voltou ao Brasil no último dia 11. "No dia da eleição, ele até foi votar", disse Wanda.
Na madrugada do dia 16, o comerciante começou a sentir uma forte dor na perna direita. Morreu às 22h do mesmo dia.
Flagrante
No dia 29 de outubro, enquanto conhecia a Casa Branca, em Washington, junto com dois sobrinhos, Cariani filmou um atentado contra a sede do governo dos EUA.
Quando dava uma panorâmica com sua câmera, o comerciante registrou o momento em que Francisco Durán, 26, retirou o rifle chinês SKS de baixo de uma capa de chuva e disparou de 20 a 30 tiros contra o prédio.
Cariani vendeu a fita por US$ 2 mil para a rede de TV NBC. As imagens feitas por ele foram divulgadas em vários países.
Segundo sua mulher, Cariani iria depor como testemunha no processo contra Durán. Ela disse que uma equipe do FBI (polícia federal dos EUA) iria a Itapetininga nos próximos dias para tomar o depoimento do comerciante.
Wanda Cariani disse que vai entregar a fita do atentado ao governo norte-americano. Cariani era comerciante aposentado e morava com a família em Itapetininga. Tinha quatro filhos e cinco netos.
Wanda disse temer discriminação com a divulgação da notícia de que seu marido possa ter morrido vítima da "bactéria assassina". "É precipitado se afirmar isso."

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