São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994 |
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Colégio quer evitar modismos
CAROLINA CHAGAS; DANIELA FALCÃO
"Deixamos isso claro na reunião de pais. Ninguém se manifestou contra as normas expostas. Mas quem estiver insatisfeito, não precisa continuar aqui", disse. Ferreira afirmou que a escola também desaconselha que meninas usem brincos. "O brinco não faz parte do uniforme e pode machucar. Mas para as meninas não é proibido", disse. Para o advogado criminalista e ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcio Thomaz Bastos, a proibição é absurda. "É uma manifestação de intolerância com hábitos mutáveis da sociedade, burra, discriminatória e preconceituosa", afirma. "Além de ser inconstitucional. Não existe nada na Constituição que impeça que essa criança use brinco." O presidente da Associação Intermunicipal de Pais e Alunos, Mauro Bueno, 40, concorda com Thomaz Bastos. "A escola confundiu a questão educacional com a formação pessoal da criança, que cabe principalmente aos pais", disse. "Os educadores podem até suplementar a tarefa, mas neste caso a escola extrapolou." Bueno diz que se estivesse na situação dos pais de Bruno faria um escândalo. "Iria à polícia, à delegacia de ensino. Um brinco não compromete o rendimento nem o comportamento escolar de um aluno e seus colegas, a reação da escola não tem razão de ser." "Estes educadores não têm idéia da violência que estão provocando contra esta criança", disse. (Carolina Chagase Daniela Falcão) Texto Anterior: Escola impede estudo de aluno com brinco Índice |
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