São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
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Ronaldo Bôscoli morre no Rio aos 66 anos

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Morreu ontem o compositor e jornalista Ronaldo Bôscoli, 66. Há um mês, ele estava internado em coma na CTI do hospital Rio-Mar, na Barra da Tijuca (zona sul), desde que sofreu um colapso cardíaco.
Bôscoli, ex-marido de Elis Regina e um dos maiores expoentes da bossa nova, morreu de infecção generalizada. O compositor também tinha câncer na próstata.
Nos últimos dias, as visitas foram proibidas, com exceção de sua mulher, Heloísa. Os dois viviam juntos há quatro anos, mas o casamento só foi oficializado durante o período de internação.
O apresentador Miéle, um dos grandes amigos de Bôscoli esteve ontem pela manhã no velório do compositor.
"Mesmo agora que esteve internado, Bôscoli sempre manteve o bom humor", afirmou Miéle, descrevendo uma das visitas que fez ao compositor no hospital.
Segundo Miéle, nessa visita o compositor estava recebendo soro num dos braços e fazia transfusão de sangue no outro.
Bôscoli morreu às 6h55 e seu enterro estava previsto para ser realizado entre 16h e 17h de ontem, no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).
Letrista de várias composições, entre elas um dos maiores sucessos da MPB, "O Barquinho", em parceria com Roberto Menescal, a vida de Bôscoli está contada em livro. A editora Nova Fronteira lançou anteontem a autobiografia "Eles e Eu".
Para o cantor e compositor Carlinhos Lyra, Bôscoli, que também era produtor e diretor de shows, foi "um marco da bossa nova".
Lyra afirma que Bôscoli "era o repórter" do movimento musical, fazendo referência às letras enxutas do compositor, "aquela coisa direta que mais parecia uma notícia de jornal".

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