São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Paulista tem lote milionário à venda

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma das esquinas mais cobiçadas de São Paulo está à venda. O terreno, que pertence ao Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), fica na avenida Paulista com rua Ministro Rocha Azevedo, se estende até a alameda Santos. O lote tem 5.396 m2 e está avaliado em R$ 38,5 milhões.
O prazo para entrega de propostas do primeiro edital se esgotou em outubro, sem que fosse concretizado o negócio. Nas próximas semanas, o banco divulga novo edital de licitação.
Segundo Carlos Eduardo Chermont, 54, diretor do Banerj, virtuais compradores "reclamam de que o valor está muito elevado".
Ele adianta que o preço mínimo de R$ 38,5 milhões (cerca de R$ 7.500 por m2) não será alterado.
"O valor foi definido pelo departamento de engenharia do Banerj e está dentro dos padrões do mercado", afirma Chermont.
O diretor admite, porém, revisão nas condições de pagamento. A proposta inicial foi de 30% à vista e o restante em 36 meses.
Apesar da excelente localização, o imóvel tem a venda dificultada pelas restrições para a construção. O lote tem pelo menos 176 árvores que não podem ser derrubadas (veja texto na pág. 10-3).
"Sem um projeto, que mostre efetivamente o que é possível construir, ninguém queria dar nada pelo terreno"diz.
Para Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), e João D'Avila Neto, da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações, o preço do terreno não está superavaliado, mas é muito alto para a viabilização da obra.
Comprando o terreno por esse valor, o m2 construído teria que ser vendido por cerca de R$ 7.000, o que significa mais de três vezes os valores de mercado na região.
"É um negócio para quem pretende usar o prédio para suas próprias instalações, pois o preço de venda dos escritórios ficará inviável", observa Pompéia.
O imóvel da Paulista é o mais valioso entre os incluídos no projeto de desimobilização do patrimônio, iniciado pelo Banerj.
No Rio de Janeiro, serão vendidos 290 apartamentos residenciais e cem salas comerciais. Em São Paulo, terrenos em cidades do interior e apartamentos na capital estão sendo avaliados. O banco pretende arrecadar R$ 100 milhões.

LEIA MAIS
sobre lotes na Paulista nas págs. 10-3 e 10-9

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