São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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Especialistas divergem sobre vacina para a Aids que será testada no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Médicos convidados pela Folha para debaterem a vacina para Aids, que deve começar a ser testada no Brasil em um mês, divergiram sobre sua eficácia.
Defenderam a vacina os médicos José da Rocha Carvalheiro (diretor do Instituto de Saúde da Secretaria Estadual da Saúde de SP) e Dirceu Grecco (coordenador do Centro Nacional de Vacinas contra o HIV de Minas Gerais).
O projeto foi criticado por Vicente Amato Neto (chefe do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da USP) e Nelsom Mendes (chefe da disciplina de imunologia da Escola Paulista de Medicina).
A vacina é fabricada pelo laboratório norte-americano United Panamerican Inc.. É um peptídio sintético (proteína artificial) feito a partir de uma parte do HIV.
A utilização foi autorizada pelo FDA (Food and Drugs Administration), que controla a produção de remédios nos EUA.
Para Mendes, a possibilidade de eficácia é "remota". Ele lembra que a vacina estimula a produção de anticorpos que combateriam o vírus em caso de contaminação.
"Mas os pacientes contaminados já produzem esses anticorpos e não conseguem eliminar o vírus."
O médico Carvalheiro lembrou que essa tentativa é uma realidade e que deve-se discutir os princípios éticos que norteiam os testes.
Vicente Amato foi o mais crítico. Ele disse que o método testado no Brasil não é o mais eficaz para se obter a vacina.
O médico mineiro Dirceu Grecco discordou. "A nata dos cientistas que estudam o assunto fazem dessa maneira", afirmou.

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