São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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HISTÓRICO

Depois da independência de Portugal, em 1975, começou a guerra civil entre o Movimento Popular de Liberação de Angola (MPLA) e a União para a Independência Total de Angola (Unita).
O governo do MPLA contava com o apoio da União Soviética e de Cuba –que enviou tropas ao país–, enquanto que a Unita de Jonas Savimbi contava com a ajuda dos Estados Unidos, através da vizinha África do Sul, e da China.
Com o fim da Guerra Fria, a África do Sul, Cuba e Angola negociaram a retirada das forças cubanas em meados de 1991.
Dos Santos e Savimbi firmaram acordos neste mesmo ano para convocar eleições parlamentares e presidenciais em 1º de setembro de 1992.
O MPLA ganhou as eleições, garantidas e controladas por observadores das Nações Unidas e pelos países envolvidos no acordo de paz –Estados Unidos, Portugal e África do Sul.
A Unita não aceitou os resultados eleitorais e retomou a guerra civil, que segundo a ONU é um dos conflitos mais sangrentos do mundo, com uma média de mil vítimas por dia.
Um novo cessar-fogo, negociado em Lusaka, capital da Zâmbia, foi declarado no último dia 31 de outubro, depois de 11 meses de conversações, e à véspera de assinar um acordo de paz entre as duas facções rivais.
A Unita acusou o governo de aproveitar os últimos dias antes da assinatura de um acordo para lançar uma ofensiva contra a sede rebelde de Huambo.
A assinatura do acordo de paz foi então adiada para ocorrer entre 15 e 20 de novembro.

Crianças
De acordo com documento do grupo humanitário britânico Save the Children (Salve as Crianças), uma em cada três crianças morre em Angola antes dos cinco anos; é a taxa de mortalidade infantil mais alta do mundo.
Cerca de 15 mil crianças que foram separadas de suas famílias não podem se reunir a elas a não ser que o acordo assinado ontem seja cumprido.
As crianças constituem metade da população de Angola.

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