São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
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Betinho lança 'Natal sem Fome' no Rio

VICTOR AGOSTINHO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou ontem no Rio a campanha "Natal sem Fome". A campanha visa arrecadar alimentos não-perecíveis a serem distribuídos às famílias carentes.
No dia 3 de dezembro, três jornais cariocas –"O Dia", "O Globo" e "Jornal do Brasil"– vão distribuir, encartadas em suas edições, sacolas com o logotipo do movimento e uma sugestão de cesta básica.
Em São Paulo, a campanha começa no dia 6 de dezembro. As sacolas estarão encartadas na Folha. Além de distribuir as sacolas, a Folha também vai doar pelo menos 15 toneladas de feijão para o "Natal sem Fome".
A aquisição do produto será feita com a arrecadação da renda líquida proveniente da venda de exemplares nas bancas da Grande São Paulo no dia 6 de dezembro.
A Folha pretende ainda ceder cerca de duas páginas de espaço publicitário na edição nacional para veiculação de anúncios institucionais de grupos empresariais interessados em aderir à campanha contra a fome. A renda será usada na compra de mais alimentos.
A distribuição das sacolas para coleta de alimentos será feita também em Florianópolis, Porto Alegre, Recife e Brasília.
Doações
As sacolas com os alimentos doados pelos leitores poderão ser entregues em 200 lojas de 17 redes de supermercados.
Quem não tiver as sacolas poderá comprar, por R$ 1, o selo adesivo da campanha e entregar no supermercado sua doação em qualquer sacola com o selo afixado. O dinheiro arrecadado com a venda do selo reverterá para a campanha.
No Rio serão distribuídas 750 mil sacolas. Betinho não sabe avaliar qual será o retorno das doações, mas acredita que pelo menos 40 mil cestas serão doadas –o dobro do arrecadado no ano passado.
Para o sociólogo, essas ações são emergenciais e têm como objetivo criar um sentimento de mobilização e solidariedade entre as pessoas. Ele afirmou que no ano que vem o movimento "Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida" vai iniciar uma campanha por mais democratização da terra.

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