São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
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Executivo é morto a tiro no Rio

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente da Bradesco Seguros, Rogério Dantas Freire, 64, foi assassinado com um tiro à queima roupa às 3h de ontem em seu apartamento em Ipanema, zona sul do Rio.
A polícia descarta a possibilidade de assalto e, segundo o delegado-adjunto da 13ª DP (Delegacia Policial), Vinicius George, 29, o assassino teve a entrada facilitada. Não havia qualquer sinal de roubo ou de luta.
Para o delegado, as hipóteses prováveis são de crime passional ou financeiro.
Freire foi morto em sua cama, de bruços, com um tiro na altura do ouvido direito, disparado a curta distância. A perícia vai determinar qual o tipo de arma usada.
A empregada da casa, Idalina Maria de Jesus, 57, disse à polícia ter visto um homem negro, careca (ou de cabelo muito curto), estatura mediana, vestindo calças jeans, deixando o apartamento às 3h10. Ele acordou com o barulho do tiro.
Idalina teria dito ainda, segundo o boletim da PM, ter visto a mulher de Freire, Luciana Isabel Silveira Freire, fechar a porta do apartamento após o homem sair.
O delegado George confirma a informação de que um homem foi visto deixando o apartamento, mas não confirma que a mulher tivesse fechado a porta depois da saída do matador.
Segundo George, parentes de Freire informaram que ele tinha um revólver calibre 32, que não foi encontrado pelos policiais. Na gaveta da mesa de cabeceira de Freire os policiais encontraram nove balas calibre 32 não-deflagradas.
O acesso ao edifício não é simples. Depois das 22h, não há vigias no prédio. Para entrar, qualquer pessoa precisa abrir com a chave quatro portas (uma na rua, outra que dá acesso ao hall de entrada, uma no elevador social e outra no apartamento).
Portanto, para o delegado, ou o matador tinha as chaves ou teve a entrada facilitada por alguém do prédio. Não há qualquer sinal de arrombamento no edifício ou no apartamento de Freire.
Até o final da tarde de ontem, a polícia não tinha falado com Luciana, que, após a morte do marido, refugiou-se na casa de parentes, segundo o delegado-adjunto.
Segundo a polícia, o casal vivia em quartos separados, no apartamento de três quartos, três banheiros, sala e dependências de empregada, que ocupa um andar inteiro do prédio de seis andares.

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