São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mau negócio

FÁBIO SORMANI

Chris Webber venceu. O ala/pivô bateu o pé e conseguiu se mandar do Golden State Warriors. O time da Califórnia fez um acordo com o Washington Bullets e mandou Webber para a capital dos EUA, recebendo em troca o ala Tom Gugliotta e mais os "drafts" de 1996, 1998 e 2000.
Webber se manda por causa de Don Nelson, o técnico dos Warriors. O jogador não deu detalhes, mas disse que não dividiria o mesmo espaço de trabalho com Nelson. O treinador, por sua vez, disse não saber o que ocorreu.
Não importa o que aconteceu, mas sim que aconteceu. Penso que os Warriors saíram perdendo.
Se você não sabe: 1) Chris Webber foi o primeiro "draft" em 93 e o segundo jogador na história do basquete universitário a ser escolhido como sophomore (no universitário, as categorias são freshman, sophomore, junior e senior, sendo que apenas os freshmen não podem ser "draftados") –o primeiro foi Magic Johnson; 2) Webber foi eleito o "Rookie of the Year" este ano; 3) É o primeiro novato da NBA a alcançar 1.000 pontos, 500 rebotes, 250 assistências, 150 bloqueios e 75 roubos de bola.
Já Don Nelson é um técnico de qualidades duvidosas. Venerado pelos americanos, ele comandou o "Dream Team 2" que ganhou o Mundial do Canadá em agosto. Mas qualquer Jeca seria campeão (e será) como técnico dos profissionais dos EUA.
À frente dos Warriors, Nelson, porém, jamais conseguiu avançar além da primeira rodada dos playoffs. Este ano o time teria grande chance de brigar pelo título da Conferência do Pacífico se Webber ficasse em Oakland.
O Golden State ficaria com um garrafão poderosíssimo com a dupla Webber/Seikaly, como manda o figurino do basquete atual (os Rockets, atuais campeões da NBA, contam com a dupla Thorpe/Olajuwon; os Knicks, vice-campeões, têm Oakley/Ewing; e o Orlando se tornou candidato ao título desta temporada por causa de sua dupla Grant/O'Neal).
Um amigo, torcedor do Golden State, chateado com o desfecho do "affair" Webber/Nelson, me perguntou o que fazer com a camisa nº 4 dos Warriors (a que Webber vestia) que ele comprou em San Francisco, ano passado. Sugeri que ele a enviasse para o Golden State e pedisse ao clube uma de Latrell Sprewell, para compensar. Junto, uma carta protestando contra a opção do time em ficar com Nelson e não com Webber.

Texto Anterior: O Edmundo acerta e o Marcelinho erra
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.