São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994 |
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Equipe prepara ajuste do plano para FHC
VIVALDO DE SOUSA ;LILIANA LAVORATI ;GUSTAVO PATÚ
As principais medidas de ajuste visam acabar com a desindexação da economia e resolver o problema das dívidas dos Estados e seus bancos. Também estão em estudo mudanças nas medidas de restrição ao crédito e aos consórcios, adotadas em outubro. Esses assuntos estão dominando as reuniões semanais da equipe econômica, realizadas todas as terças-feiras. A única ação da equipe voltada para o atual governo são os acordos com setores empresariais no sentido de segurar a alta dos preços neste final de ano. A equipe ainda não definiu se adotará as medidas de desindexação de uma única vez ou aos poucos. A proposta da equipe econômica é acabar com a Ufir mensal, antecipar o fim do reajuste automático dos salários pelo IPC-r e mudar a TR. Dívidas estaduais A renegociação das dívidas dos Estados e o saneamento financeiro de suas instituições devem começar ainda este mês e serão conduzidos pelo presidente do BC (Banco Central), Pedro Malan. O primeiro governador eleito a ser procurado formalmente é o de São Paulo, Mário Covas (PSDB). A equipe econômica avalia que não haverá grandes dificuldades para extinguir a Ufir mensal e antecipar o fim do reajuste automático dos salários de julho para janeiro. O maior problema é mudar a TR –que corrige os depósitos em caderneta de poupança. Salários No caso dos salários, a proposta do governo é acabar com o reajuste automático pelo IPC-r a partir de janeiro. O índice acumulado entre julho e dezembro seria reposto para os trabalhadores que ainda não receberam reajuste na data-base da categoria. Hoje, o IPC-r acumulado desde julho já está em 15,67%. Com o fim do repasse automático do IPC-r, o governo pode arbitrar um reajuste entre janeiro e a data-base –mas isto ainda não está definido. Sem uma política salarial oficial, os reajustes de salários passam a depender apenas da livre negociação. O fim do repasse automático do IPC-r para os salários não significa que o índice deve deixar de ser calculado. Ele deve continuar reajustando a tabela de contribuição da Previdência Social e o salário mínimo em maio. No caso da tabela, a correção mensal está prevista na Constituição. As medidas de flexibilização ao crédito dependem do comportamento das vendas em dezembro. O governo quer evitar uma explosão de consumo, mas também quer estimular investimentos para que a economia volte a crescer a partir de 1995. Texto Anterior: Tucanos atacam Antônio Carlos Próximo Texto: Eleito adota o estilo Tancredo Índice |
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