São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994![]() |
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Governo FHC só vai começar em fevereiro
JOSIAS DE SOUZA; EUMANO SILVA
Em diálogos com seus principais aliados políticos, o novo presidente concluiu que seria perda de tempo remeter já em janeiro medidas provisórias, projetos de lei e propostas de reforma à Constituição. A razão é que, no primeiro mês do ano, além de estar em recesso, o Congresso ainda terá a sua velha formação. Os parlamentares eleitos no último pleito só tomam posse em fevereiro. Se enviasse uma medida provisória em janeiro, FHC provocaria a convocação extraordinária do Congresso. E o que se deseja é que as providências do novo governo sejam analisadas pelo novo Congresso, sem interrupções de uma legislatura para outra. Maciel O vice-presidente eleito, senador Marco Maciel (PFL-PE), será o articulador político das reformas constitucionais propostas pelo governo FHC. O tucano designou Maciel pressionado pelo PFL. Desde a semana passada, lideranças do partido declaravam publicamente que FHC estava deixando Maciel fora do centro das decisões. A indicação de Maciel foi anunciada ontem por FHC durante reunião com os partidos que o apóiam. "É necessário acelerar as articulações com o Congresso, e eu gostaria que esse papel fosse desempenhado pelo vice-presidente", afirmou FHC na reunião. PFL mais forte A escolha de Maciel para articulador político sinaliza o fortalecimento do PFL no governo FHC. A função de Maciel será uma das mais importantes da equipe.' A reforma da Constituição é considerada imprescindível pelo futuro governo. Serão propostas emendas destinadas a reformas tributária, previdenciária e do Estado. A indicação de Maciel também sinaliza a decisão de FHC de ampliar o grupo que está fazendo a transição do atual governo para o próximo. FHC estava sendo criticado por trabalhar com equipe muito reduzida. Maciel vai tentar viabilizar a aprovação das emendas que estão sendo preparadas pelo deputado Nelson Jobim (PMDB-RS). Jobim foi descartado como articulador porque o grupo de FHC avaliou que sua atuação política na revisão constitucional foi desastrosa. Jobim é considerado um dos culpados pelo fracasso da revisão. As pressões para que Maciel tivesse alguma função no governo foram lideradas pelo ministro da Indústria e Comércio, Élcio Álvares, que, em janeiro, reassume sua cadeira de senador pelo PFL do Espírito Santo. O vice-presidente eleito já ocupou vários cargos políticos. Foi presidente da Câmara (1977-1979), chefe do gabinete civil do governo José Sarney e líder do governo Fernando Collor no Senado. Bloco A idéia de se formar um bloco da maioria no Congresso foi definitivamente sepultada ontem. Conforme antecipou a Folha, FHC apresentou a proposta de formação de um colégio de líderes, batizado por ele de "bloco informal". Com o colégio de líderes, cada partido continua a ter sua própria liderança. Esses líderes se reuniriam para conseguir consenso e aprovar projetos de interesse do governo. A formação de um bloco formal foi proposta pelo presidente do PSDB, Pimenta da Veiga. Com exceção dele, todos os demais membros da reunião aprovaram a tese do colégio de líderes. Texto Anterior: Deputado aponta novas distorções em proposta do governo para estradas Próximo Texto: Ruth diz que vai disciplinar jornalistas Índice |
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