São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994
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Estudo diz que extinção em massa não foi única

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O que se acreditava ser a maior extinção em massa de todos os tempos foi, na verdade, uma sucessão de duas extinções separadas, diz um estudo publicado hoje na revista Science.
Todos assumiam que essa extinção em massa foi um único evento catastrófico, disse Steven Stanley, da Universidade Johns Hopkins (EUA), autor do estudo.
Suas descobertas questionam que 95% da vida na Terra tenha desaparecido há cerca de 245 milhões de anos.
Segundo Stanley, houve de fato duas extinções separadas por cerca de 5 milhões de anos. Na primeira, teriam desaparecido 71% das espécies aquáticas. Na segunda, 80% do restante.
Sem perceber, as pessoas reuniram esses dois períodos de extinção num só, afirmou Stanley. É importante saber que foram separados, porque isso nos ajudará a descobrir o que os causou.
Segundo Stanley, é possível estudar as causas dessas extinções porque fatores que levam a uma extinção pontual são bem diferentes dos que originam extinções sucessivas.
O pesquisador estudou registros de fósseis da época em que se acreditava ter ocorrido a maior das extinções em massa, no final do período permiano (há cerca de 245 milhões de anos).
Ele notou que várias espécies desapareceram dos registros antes dessa época. Para comprovar que houve de fato duas extinções, Stanley argumenta com fósseis de criaturas unicelulares chamadas fusulináceos.
Várias espécies de fusulináceos desaparecem dos registros fósseis cerca de 5 milhões de anos antes da extinção do permiano.
Se os registros estivessem apenas incompletos, haveria uma distribuição aleatória do sumiço desses fósseis pelo mundo.
Mas espécies específicas desapareceram na mesma época de regiões tão distantes na Terra quanto o Texas e a China. Isso, segundo o cientista, caracteriza uma extinção anterior à do permiano.
Outra evidência de que houve duas extinções é o surgimento de diversas espécies novas entre os dois eventos, o que não coincide com o cenário de extinção catastrófica única.
Começa a parecer que outras extinções em massa podem ser na verdade séries de extinções, diz Stanley. Entre elas , está a extinção em massa mais célebre, que acabou com os dinossauros, há 65 milhões de anos.

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