São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994 |
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Morro do Andaraí é ocupado pelo topo
RONALDO SOARES
Orientados por um helicóptero do Exército, tropas militares e equipes da Polícia Civil ocuparam o morro a partir do topo, na divisa com as favelas do Borel, da Cruz e da Chácara do Céu. Os soldados também bloquearam os pontos de ligação do morro com a Floresta da Tijuca, para evitar uma possível fuga dos traficantes. Até as 16h, o Exército mantinha acampamentos montados em quatro pontos da encosta do morro, enquanto soldados vasculhavam a área. O cerco ao Andaraí começou às 6h, quando cerca de 80 soldados bloquearam a rua Leopoldo, principal via de acesso à favela. Pedestres e ocupantes de carros eram revistados e tinham seus documentos anotados num livro. As mulheres eram abordadas por oficiais da polícia feminina. A equipe de reportagem da Folha foi interceptada em uma das barreiras que o Exército montou no Andaraí. O soldado que examinou o interior do carro se deteve por algum tempo num exemplar da Folha que estava no porta-luvas. Ao abrir o jornal e ver a foto de um blindado estampada na primeira página, o soldado riu e balançou a cabeça, em sinal negativo. Fotos Os soldados fotografaram alguns suspeitos, mas ninguém foi detido. O adolescente André Luiz Rodrigues, 16, chegou a ser colocado num caminhão do Exército por estar sem documento, mas acabou sendo liberado minutos depois. Às 11h45, o comboio militar desocupou a entrada do morro. Menos de três horas depois, 20 soldados realizaram nova blitz no local, na tentativa de flagar o funcionamento da boca-de-fumo (ponto de venda de drogas) da favela –sexta-feira é o dia de maior movimento de compra e venda de drogas no Andaraí. Eles vasculharam o morro por 15 minutos e encontraram apenas uma jaqueta do Exército jogada atrás de uma lixeira. Texto Anterior: Polícia acusa militar de informar o tráfico Próximo Texto: Soldados atraem moradoras Índice |
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