São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Nilo e Alencar vão debater segurança

DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Nilo Batista (PDT), e o governador eleito, Marcello Alencar (PSDB), abriram ontem um canal direto de negociação para tratar da segurança pública no Estado.
Os dois conversaram durante uma hora e meia no gabinete do governador, no Palácio Guanabara (Laranjeiras, zona sul do Rio). Cada um escolheu três assessores para a transição nas áreas de planejamento, administração e finanças.
Alencar pediu a Nilo que as negociações sobre segurança fossem feitas sem intermediários. Nilo acatou a sugestão.
"A segurança deve estar reservada ao nosso contato direto, considerando a emergência e o convênio em curso com as Forças Armadas", disse Alencar.
Os dois discursaram para os assessores e os jornalistas na sala de reunião do palácio. Não quiseram dar entrevistas.
Nilo disse que a transição do poder no Rio se dará "sob a égide dos mais saudáveis princípios democráticos".
Na campanha eleitoral, Alencar e Nilo estiveram em lados opostos quanto à ação das Forças Armadas no combate ao crime.
Alencar defendeu a adoção do estado de defesa, que prevê a suspensão de garantias individuais. Trata-se, segundo ele, de um "instrumento de defesa da democracia".
Nilo fez reservas à atuação do Exército, alertando para o risco de eventuais violações dos direitos humanos nas favelas transformarem o banditismo em conflito social. Ele prometeu atuar como "guardião dos direitos humanos" durante a ação.
O estado de defesa não está descartado pelos militares da Operação Rio, convênio entre União e Estado que colocou o combate ao crime organizado no Rio sob a coordenação do Exército até 30 de dezembro.
Alencar negou ter iniciado contatos com o comandante da Operação Rio, general Roberto Jugurtha Câmara Senna, para negociar a ampliação do prazo para o próximo governo.

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