São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Operação divide intelectuis

VINICIUS TORRES FREIRE
ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU (MG)

Operação divide intelectuais
A ação do Exército no Rio provocou discussões ríspidas e dividiu as opiniões de intelectuais cariocas e paulistas presentes no 18º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais.
Na noite de quinta-feira foi realizado um debate especial, fora da programação, sobre a crise no Rio. A antropóloga Alba Zaluar (Unicamp) e o sociólogo Rubem César Fernandes (Instituto Superior de Estudos da Religião-RJ) disseram considerar positivo o fato de o Exército ter subido o morro.
O terceiro debatedor, o cientista político Héctor Saint-Pierre (Unicamp), preferiu enfatizar os problemas jurídicos da intervenção.
O convênio que regulou a intervenção não teria consistência legal e causará problemas na imputação de responsabilidades no caso de violação de direitos e mesmo de mortes, segundo Pierre.
Alba é carioca e Fernandes é presidente do movimento Viva Rio. Os dois concordaram que as Forças Armadas limitaram o poder do tráfico e garantiram, até agora, uma estabilidade na situação, fundamental para que o próximo governo possa começar a resolvê-la.
A avaliação de Fernandes sobre a intervenção é semelhante à do comando militar. O tráfico teria ficado "mais discreto" ao ser acuado e perder o controle de áreas da cidade.

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