São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Greve em aeroporto do Rio atrasa vôos

FERNANDA DA ESCÓSSIA; DANIELA RIBEIRO
DA SUCURSAL DO RIO

Uma paralisação de 24 horas dos aeroviários cariocas provocou tumultos ontem no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador (zona norte).
Os serviços de check-in, carga, descarga e transporte de bagagens ficaram comprometidos durante todo o dia. Os vôos atrasaram em média duas horas, mas nenhum chegou a ser cancelado.
A greve teve a adesão de aproximadamente 5.000 aeroviários – 90% dos funcionários do Aeroporto Internacional, informou o sindicato da categoria. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias não soube precisar quantos aeroviários aderiram à greve.
O cantor Lulu Santos, por exemplo, teve que se distrair na livraria do Galeão enquanto esperava a confirmação de seu vôo para Belo Horizonte, marcado para 9h. O vôo só saiu às 9h30.
Na área do desembarque internacional, uma funcionária que não quis se identificar disse que a chegada das malas à esteira estava demorando até 40 minutos, em vez dos 10 minutos normais.
Algumas empresas deslocaram funcionários de outros setores para o Galeão, para ajudar nos serviços de check-in e venda de passagens. À tarde, já não havia filas nos guichês, mas os atrasos continuavam. O vôo 300 da Varig, para Manaus, foi transferido de 16h para 19h30.
A delegação do Botafogo foi pega de surpresa pela informação de que o vôo para Porto Alegre atrasaria 1h15 min. Em vez de sair às 17h, só sairia às 18h15. "É muito chato, mas faz parte", disse o técnico, Renato Trindade.
Os aeroviários reivindicam 160% de reajuste. O Sindicato das Empresas ofereceu 24%, mais 4% de produtividade. "Se a negociação não avançar, vamos deflagrar greve por tempo indeterminado em 1º de dezembro", disse o diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo, Roberto Gusmão.
A paralisação concentrou-se no Galeão. Os outros aeroportos do Rio, Santos Dumont e o de Jacarepaguá, funcionaram normalmente. Nos outros estados, os aeroviários mantêm estado de greve. A categoria tem 40 mil trabalhadores.
*Colaborou Daniela Ribeiro, free-lance para a Folha

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