São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Presença do Botafogo seria fundamental

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o São Paulo descobriu a fórmula para triunfar: disputar dois jogos na mesma noite.
Os paulistas que me desculpem, mas um time do Rio na próxima fase é fundamental para o futebol brasileiro.
Bota é fogo, o resto é cinza.

É questionável a existência dos tribunais de justiça esportiva. No conceito.
Mais questionável ainda é a sua atuação. Na prática. E na pragmática.

Agora o outro lado da moeda:
Que o Palmeiras e o São Paulo merecem uma punição severa pela baixaria generalizada do Morumbi, não há dúvida. Merecem mesmo. Perdendo pontos, inclusive.

Punições para esse tipo de selvageria deveriam sem mais frequentes no Brasil.

A Itália, que hospeda o campeonato mais rico do mundo, também debate a questão da violência das torcidas –depois dos incidentes do jogo Brescia x Roma, no último domingo.

Um oficial de polícia italiano, presente ao estádio, disse que, entre os torcedores, tinham pessoas antiesportivas, que estavam ali pela violência e não pelo jogo.
O mesmo filme se vê nas arquibancadas dos estádios brasileiros.

O futebol é o esporte das massas deste século. A violência é inerente a essas massas –mesmo nos países que conseguiram distribuir melhor a sua renda.
Falta-nos um Wilheim Reich para desvendar a psicologia de massa do torcedor de futebol.

O Milan era a modernidade no futebol. Silvio Berlusconi, seu presidente, o exemplo do moderno empreendedor do norte italiano.

O Milan chegou a ser o melhor time do planeta. Berlusconi chegou ao poder máximo na Itália.
O futebol, mais uma vez, mostra a força da sua ligação com a política.

Agora, descobre-se que há algo de podre no reino de Berlusconi. O Milan entra em decadência –ainda que dispute, em Tóquio, o título mundial de clubes.

O final de carreira está sendo ingrato com o grande Franco Baresi.
Perdeu o pênalti na final da Copa, contra o Brasil.
E, na quarta, fez um golaço... contra. Ajax 2, Milan, 0, na penúltima rodada da Copa dos Campeões da Europa.

Disse o treinador milanês Fabio Capello, antes do jogo entre Milan e Ajax:
"Jogaremos pelo presidente".

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