São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Stone Roses volta com "Second Come"

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

A banda que mudou o rock britânico no final dos anos 80 e se tornou referência para a maioria dos novos grupos finalmente voltou a trabalhar.
Cinco anos depois do primeiro álbum, o Stone Roses lança neste mês o esperado "Second Coming". O primeiro single do disco, "Love Spreads", chegou às lojas da Inglaterra nesta semana.
Nesses cinco anos, muita coisa mudou. Em 1989, as "raves" estavam no auge, o ecstasy era a grande descoberta dos jovens e os Happy Mondays ditavam o ritmo das pistas de dança. Hoje as "raves" estão proibidas e uma série de mortes por uso de ecstasy assustou a juventude. As casas noturnas têm como trilha sonora o menos dançante Oasis.
Para esta nova realidade, o Stone Roses também mudou e voltou mais pesado que antes. Ficou para trás boa parte da melancolia de músicas como "I Wanna Be Adored" ou "Made of Stone".
"Love Spreads" traz a banda um pouco mais agressiva. A guitarra de John Squire está mais para os anos 70. A música chega a lembrar "Moby Dick", do Led Zeppelin.
"Your Star Will Shine", outra música do novo álbum, é uma balada acústica com influência dos Beatles do final da década de 60.
Depois do primeiro álbum, o grupo enfrentou uma batalha judicial com sua primeira gravadora, Silvertone. Venceu e assinou um contrato de 16 milhões de libras (US$ 25 milhões) com a Geffen.
Na Inglaterra, a expectativa pelo novo trabalho é grande e natural. Nos EUA, onde o primeiro disco vendeu 250 mil cópias, o novo trabalho da banda tem muitas chances de pular imediatamente para a lista dos mais vendidos.
Apesar disso, não dá para dizer que o Stone Roses ganhou com a demora em lançar um segundo álbum. O grupo pode vender bem e voltar a ser destaque, tanto no Reino Unido como no resto do mundo.
Mas o mito que chegou ao topo e tornou inesquecível para os ingleses o verão de 1989 vai ficar no passado. Para a indústria pop, o Stone Roses já é história.

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