São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994
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'Boinas azuis' devem atuar na Operação Rio

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Subir morros cariocas deverá ser a próxima missão dos 170 militares brasileiros que, por cinco meses, integraram forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) em Moçambique, na África.
Os outros 20 militares estão vindo de navio com os equipamentos utilizados durante a missão e vão chegar ao Brasil dentro de duas semanas.
A quase totalidade do Cobramoz (contingente brasileiro em Moçambique) pertence ao 26º Batalhão de Infantaria Pára-quedista, que já atuou em várias ações da Operação Rio.
A possibilidade de atuação de integrantes do grupo no Rio foi confirmada pelo chefe do serviço de Relações Públicas do CML (Comando Militar do Leste), Luiz Cesário da Silveira Filho.
"Depois do que enfrentamos em Moçambique, isto aqui (as missões no Rio) vai ser fácil", disse um dos integrantes do Cobramoz, o cabo Luiz Carlos Azevedo.
Abraçado aos filhos Héllyssa, de 9 meses, e Gladyston, de 4 anos (este, vestido como um pára-quedista), Azevedo afirmou que o calor de 48 graus centígrados foi um dos maiores problemas enfrentados pelos militares brasileiros em Moçambique.
O comandante do 26º BIP, coronel Amauri Faia, listou outros problemas, entre eles 101 casos de diarréia e 21 de malária.
A malária foi contraída em uma viagem de 700 km por terra entre Bera (local de desembarque) e Mocuba (no interior de Moçambique).
D., 23, mulher de um soldado, disse que, na primeira semana em Moçambique, os brasileiros chegaram a enfrentar problemas com o abastecimento de comida. Isto, porém, foi negado por Faia.
Em Mocuba, os militares brasileiros atuaram no desarmamento de grupos guerrilheiros, no patrulhamento de estradas e no esquema de segurança das eleições de outubro.
Segundo Faia, a próxima missão internacional das Forças Armadas no exterior deverá ser em Angola. Os militares também integrariam forças da ONU.
Centenas de pessoas foram receber os militares na Base Aérea do Galeão, na ilha do Governador, zona norte do Rio.
O primeiro a desembarcar foi o comandante da companhia, major Franklimberg Ribeiro de Freitas.
O ritual de desembarque, que incluiu saudação ao ministro do Exército, Zenildo de Lucena, durou 20 minutos.
Depois, o público foi autorizado a invadir a pista para abraçar os militares.

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