São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994 |
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Ex-traficante abre pequena empresa
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TABATINGA A maioria das pessoas que investe no mercado do narcotráfico afasta-se do negócio depois de uma ou duas aplicações. Isso porque o dinheiro conseguido dá a elas condições de montar pequenos negócios ou comprar imóveis.O ex-investidor Nestor afirmou que os colombianos não se importam com o lucro dos brasileiros. "Eles só querem receber o valor da cotação da droga." Nestor e quatro amigos investiram no mercado da droga há oito anos. Eles juntaram dinheiro, deram entrada em uma lancha e o restante gastaram em cocaína. Hoje, Nestor, que fez mais duas aplicações, é proprietário de uma mercearia em Tabatinga e está fora do esquema do narcotráfico. Segundo ele, capangas dos traficantes colombianos investigam as ações e relacionamentos do ex-investidor até estarem seguros de que ele não se tornará um "sapo" (informante). O ex-investidor Pedro fez uma única aplicação no mercado de narcotráfico. Por indicação de um colombiano conseguiu chegar a um traficante em Letícia. Ele queria comprar 10 kg de cocaína, mas tinha dinheiro para apenas 5 kg. "O traficante me deu os 10 kg em troca da minha palavra. Conseguimos vender a droga e tivemos um lucro de US$ 50 mil." Com esse dinheiro, Pedro pôde comprar duas casas em Tabatinga –em uma ele vive com a mulher e dois filhos e a outra, aluga. Texto Anterior: Cocaína vira 'aplicação financeira' no AM Próximo Texto: Polícia local detém repórter da Folha Índice |
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