São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 1994
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TR deve se manter, diz Mauch

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Normas do Banco Central, Claúdio Mauch, disse ontem que não há necessidade de extinguir a TR (Taxa Referencial) no programa de desindexação preparado pela equipe econômica.
"A TR é uma taxa de juros, não precisa acabar", disse Mauch. Segundo a Folha noticiou na semana passada, a TR é considerada pelos economistas do governo o indexador mais difícil de ser eliminado.
A TR corrige as cadernetas de poupança, os financiamentos habitacionais e os empréstimos do crédito rural. Por lei, as três operações devem ter o mesmo critério de correção –são consideradas "casadas". Isso acontece porque o dinheiro da poupança é aplicado pelos bancos em financiamentos habitacionais e agrícolas.
Mauch confirmou, entretanto, que está entre os estudos da equipe a criação de novas modalidades de caderneta de poupança desvinculadas da TR. Mas disse que ainda não há propostas concretas.
A área técnica do BC prevê uma série de obstáculos à eventual criação de uma nova caderneta. Existe o risco, avaliam os técnicos, de que os poupadores tradicionais rejeitem aplicações menos rentáveis.
A opinião mais comum no BC é que a maior preocupação deve ser com o uso informal da TR fora do mercado financeiro. Isso acontece porque a TR, na prática, fica muito próxima dos índices de inflação.

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