São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 1994 |
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Câmara aprova projeto que dá aumento à Saúde
LUIS HENRIQUE AMARAL
O projeto teve aprovação unânime porque a bancada governista decidiu, ontem de manhã, em reunião às 8h com o prefeito Paulo Maluf, evitar o confronto no plenário com a oposição. Há duas semanas, os governistas tentavam aprovar um projeto que concedia aumento para apenas quatro categorias da Saúde. Na última quinta-feira, a oposição quase derrubou esse projeto. A derrota foi evitada por uma manobra do presidente da Casa, Miguel Colasuonno (PPR, partido de Maluf), que encerrou a votação antes do voto de um vereador. Ontem, Maluf e sua bancada avaliaram que a oposição teria os 28 votos necessários para aprovar o aumento para todas as categorias e decidiram votar no projeto mais abrangente, evitando o desgaste de uma derrota. Também pesou na decisão o fato de que a diferença entre o que a prefeitura vai gastar com os aumentos gerais não é um cifra muito superior ao previsto no projeto das quatro categorias: R$ 81 milhões contra R$ 76 milhões, por ano, respectivamente. Segundo o líder do governo na Câmara, Brasil Vita (PTB), a bancada mudou de posição depois que o prefeito "foi informado que tinha dinheiro em caixa para atender todos os aumentos". Ficaram de fora do aumento apenas os funcionários que exercem cargos administrativos, como as secretárias e contabilstas, que não exercem suas funções nas unidades de saúde do município. Com a aprovação, o salário-base do médico da prefeitura sobe de R$ 419,82 para R$ 998,41, por 40 horas de trabalho semanais. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo, o novo salário-base é um dos mais altos do país, ficando abaixo apenas do praticado em Brasília (DF). Maluf afirmou que espera resolver o problema de falta nos plantões e de mau atendimento na rede municipal. "Vamos lutar para termos a melhor saúde pública do país", disse. Ontem, o prefeito exonerou, através de um despacho no "Diário Oficial", dez funcionários. A maior parte deles havia sido indicada para cargos de confiança pelo vereador Gilberto Kassab (PL). Na última quinta-feira, Kassab criticou duramente a manobra que Colasuonno usou para evitar a derrota da bancada malufista. Maluf justificou as demissões dizendo que os funcionários não compareciam ao trabalho. Kassab disse que Maluf "cometeu um erro". "Esses funcionários estavam para deixar a prefeitura." Texto Anterior: Órgão vai vistoriar 'Piscinão' Próximo Texto: Desnutrição infantil tende a crescer no Sul Índice |
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