São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 1994
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BC ajuda de novo bancos pequenos ;Banco do Brasil

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

BC ajuda de novo bancos pequenos
Conselho Monetário examina criação de nova linha de empréstimos, com prazo de 90 dias
O governo deverá criar amanhã uma nova linha de empréstimos de socorro a bancos pequenos, que enfrentam problemas desde o lançamento do real. A nova linha deverá ter prazo de 90 dias para o pagamento de empréstimos.
A proposta, feita pelo Banco Central, será examinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O objetivo é evitar novas liquidações de bancos pequenos, –já ocorreram sete desde o início do Plano Real.
Será a terceira linha especial de empréstimo a pequenos bancos criada desde o real. Até junho, a linha de empréstimos do BC –chamada de redesconto– tinha prazo de um dia e juros de até 12% ao ano acima das taxas de mercado.
Depois da crise enfrentada pelos bancos pequenos em julho, o BC criou duas novas linhas de redesconto, com prazos de sete e de 15 dias, e juros de 6% ao ano acima das taxas de mercado. Os empréstimos nas duas linhas são limitados a R$ 10 milhões.
A situação dos bancos voltou a se complicar no mês passado, quando o governo editou um pacote de medidas de arrocho ao crédito. Várias instituições de pequeno porte tiveram dificuldade de obter recursos e ficaram ameaçadas de liquidação.
Até a semana passada, ainda havia cinco bancos sem conseguir saldar suas dívidas no redesconto. Nesses casos, o BC prolonga o empréstimo enquanto avalia se o banco dispõe de garantias suficientes.

Banco do Brasil
O CMN também deverá aprovar uma regra especial para que o Banco do Brasil publique seus balanços sem prejuízo. Desde julho o BB vem sonegando os balancetes mensais exigidos pelo BC e o balanço trimestral determinado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Deverá ser permitido ao BB diluir em vários balanços os prejuízos que vem registrando devido à queda do dólar, que agravou ainda mais as finanças do BB, porque ele tem créditos no exterior de US$ 5 bilhões.
A dúvida no governo é se a medida será exclusiva para o BB ou se poderá ser estendida a outros bancos com ativos em dólar. A Folha revelou em setembro que os prejuízos do BB somaram R$ 500 milhões no primeiro bimestre do plano.

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