São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994 |
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Nada demais
NELSON DE SÁ
Também na Bandeirantes, uma declaração de Aloizio Mercadante –que é, ou era, dado como herdeiro de Lula, na presidência do partido– mostrou que não vai cumprir-se a tão orgulhosa decisão dos petistas do Distrito Federal: – É até inviável devolver. O PT nacional já tem uma dívida de US$ 1,5 milhão. Nós não sabemos nem como é que vamos pagar a dívida que temos. O valor que seria devolvido às empreiteiras em Brasília, sem contar o dinheiro da campanha no Espírito Santo, chega a US$ 400 mil. E falta, quem sabe, o Rio Grande do Sul, São Paulo etc. Talvez até a campanha nacional, de Lula. Por falar em Lula, ele deixou o silêncio, afinal. Segundo o TJ, o candidato derrotado declarou que não vê "nada demais" na doação da Odebrecht. Então está certo. O escândalo das empreiteiras petistas também acabou em pizza. Ser ou não ser Ainda quanto à crise no PT, ao que parece os radicais podem tirar a decisão que quiserem, na burocracia do partido, que os novos governadores também vão agir como quiserem. Na lógica tortuosa de Cristovam Buarque, ontem na CBN: – O partido é de oposição, mas o governador é governador do Distrito Federal. Eu não sou situação e nem sou oposição, na medida em que eu exerço a minha função de governador. Aniversário do bode – Há exatamente um ano, PC Farias era preso na Tailândia. É o problema com os símbolos. PC, como registrou a manchete do TJ Brasil, além da CBN, ficou um ano preso para simbolizar a vontade geral de acabar com a impunidade, a vontade nacional de justiça. Passado um ano, o símbolo é de injustiça, ele lá, sozinho, pagando por todos. Hoje, a velha cena da chegada de PC à prisão, vaiado pelo público, é constrangedora. Na ironia do âncora Boris Casoy, ontem no TJ: – Dos dois grandes escândalos nacionais, o impeachment e o do Orçamento, o bode expiatório único é PC Farias. Está todo o mundo livre. Está todo o mundo morrendo de rir. Texto Anterior: Banco Central deve fixar piso para cotação do dólar Índice |
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