São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Operário gaúcho pode ter sido enterrado vivo

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O operário João Felipe Pereira, 53, pode ter sido enterrado vivo no cemitério de Alegrete (RS) no dia 9 de outubro passado.
O delegado Jorge Luiz Xavier, que investiga o caso, disse ontem estar convencido de que Pereira foi enterrado com vida.
O delegado baseia sua certeza no fato de ter visto, após a abertura da sepultura, anteontem, o braço direito de Pereira para fora do caixão, cuja tampa havia sido "arrombada".
Xavier, que ouviu os administradores, vigias e coveiros do cemitério, descarta a hipótese de a sepultura ter sido violada. O caixão não apresentaria sinais externos de possível violação.
Até o final da semana, o delegado deverá receber um laudo do médico legista Dionisio Silva, que exumou o cadáver.
O caso passou a ser investigado porque pessoas que foram ao velório de Pereira teriam dito que o cadáver suava e teve sua pele arrepiada dentro do caixão.
A família foi alertada mas não chamou nenhum médico e fez o enterro depois de dez horas de velório.
Pereira havia sido vítima de um mal súbito. Ele foi levado ao Hospital de Pronto-Socorro da cidade, onde ficou cerca de uma hora na Unidade de Tratamento Intensivo.
Os médicos não conseguiram reanimá-lo e o deram como morto. Não foi determinada a causa da morte.
Dependendo do laudo do legista, o delegado poderá responsabilizar os médicos que atenderam o operário no pronto-socorro.
Os médicos ainda não foram ouvidos no inquérito. O delegado descarta a hipótese de responsabilizar parentes de Pereira, que era pedreiro, casado e pai de cinco filhos.

Texto Anterior: Filhos de executivo assassinado ignoravam que mãe tinha amante
Próximo Texto: Caixão vira cama para sem-teto de SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.