São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994 |
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Operário gaúcho pode ter sido enterrado vivo
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
O delegado Jorge Luiz Xavier, que investiga o caso, disse ontem estar convencido de que Pereira foi enterrado com vida. O delegado baseia sua certeza no fato de ter visto, após a abertura da sepultura, anteontem, o braço direito de Pereira para fora do caixão, cuja tampa havia sido "arrombada". Xavier, que ouviu os administradores, vigias e coveiros do cemitério, descarta a hipótese de a sepultura ter sido violada. O caixão não apresentaria sinais externos de possível violação. Até o final da semana, o delegado deverá receber um laudo do médico legista Dionisio Silva, que exumou o cadáver. O caso passou a ser investigado porque pessoas que foram ao velório de Pereira teriam dito que o cadáver suava e teve sua pele arrepiada dentro do caixão. A família foi alertada mas não chamou nenhum médico e fez o enterro depois de dez horas de velório. Pereira havia sido vítima de um mal súbito. Ele foi levado ao Hospital de Pronto-Socorro da cidade, onde ficou cerca de uma hora na Unidade de Tratamento Intensivo. Os médicos não conseguiram reanimá-lo e o deram como morto. Não foi determinada a causa da morte. Dependendo do laudo do legista, o delegado poderá responsabilizar os médicos que atenderam o operário no pronto-socorro. Os médicos ainda não foram ouvidos no inquérito. O delegado descarta a hipótese de responsabilizar parentes de Pereira, que era pedreiro, casado e pai de cinco filhos. Texto Anterior: Filhos de executivo assassinado ignoravam que mãe tinha amante Próximo Texto: Caixão vira cama para sem-teto de SP Índice |
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