São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 1994
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Corporativismo da OAB; Plágio científico; Transamazônica retomada; Serviço social; Tensão carioca; Motorista nota 10; Cinto obrigatório; Cony e a Bahia; Menino de brinco; Busca sem fim

Corporativismo da OAB
"Sobre artigo de Hélio Schwartsman: os advogados realmente vocacionados não adotam 'ora uma ora outra opinião mediante paga': analisam fatos reais da vida social e sustentam teses jurídicas nas quais honestamente acreditam. Quanto mais lutam pelo 'estabelecimento da verdade', maior prestígio acumulam. Nos casos de infidelidade, mais do que a censura platônica de antanho, merecem a punição civil e criminal, prevista pelo ordenamento jurídico para castigar todos aqueles –advogados ou não– que se desviarem das regras de sua profissão."
Tales Castelo Branco, ex-vice-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (São Paulo, SP)

"Parabéns a Hélio Schwartsman pela coragem em atacar o corporativismo da OAB ('A última das corporações', 28/11). A exigência da presença de advogado para toda disputa judicial é um retrocesso que não mais podemos tolerar. A prevalecer essa odiosa pretensão, estará reinstalado no país o velho método da usurpação da cidadania, ironicamente utilizado pelo regime autoritário que tanto a OAB combateu."
João Sérgio Leal Pereira, procurador regional da República (Rio de Janeiro, RJ)

"Tem todo o direito o sr. Hélio Schwartsman de não recorrer a um advogado. Porém incorre equívoco ao afirmar que a preocupação primordial do advogado não é o estabelecimento da verdade e que adota ora uma ora outra opinião mediante paga. O advogado, independentemente da mudança de sua própria opinião, sustenta a opinião de seu cliente e, em diversas oportunidades, sem qualquer paga."
Egberto Malta Moreira (Mogi das Cruzes, SP)

"Causa nojo e indignação o corporativismo cego e burro que impede uma Justiça mais ágil e competente."
Luiz José Dutra Filho (São Paulo, SP)

"Por ventura Hélio Schwartsman não emitiu sua opinião (a qual igualmente poderá ser hoje uma e outra amanhã) mediante 'paga' do jornal para o qual –supõe-se– trabalha?"
Carlos Roberto da Silva (São José dos Campos, SP)

"Quero parabenizar o sr. Schwartsman e externar o meu repúdio pelo estatuto corporativista da OAB."
Washington Luis Sacco (Cubatão, SP)

Plágio científico
"Nas últimas semanas a Folha noticiou dois casos de acusação de plágio surgidos no meio científico brasileiro e relativos à propriedade intelectual de dados científicos publicados. Tais casos podem constituir a ponta visível de um iceberg. Em numerosos países, a autoria de uma tese de doutorado pertence inteira e definitivamente ao doutorando. No Brasil pode ocorrer que o pós-graduando seja parcialmente expropriado de seus dados, que passam a servir, mesmo antes do doutoramento, a diversas publicações nas quais figura frequentemente o orientador como primeiro autor, ou talvez o único. Até sem consentimento do doutorando. Em muitos casos, o orientando só é aceito se disposto a executar algum plano de pesquisa do orientador, com método e cronograma preestabelecidos. Os lesados não têm, fora dos tribunais, instâncias às quais recorrer. A Folha poderia promover o debate dessa questão."
Paul Stephaneck e Isaiás Pessotti, professores titulares da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, SP)

Transamazônica retomada
"Bastante oportuno o editorial da de 28/11 'A Amazônia dos faraós', sobre os riscos e incertezas de benefícios na retomada das obras da Transamazônica. Por ser presidente na região há mais de 30 anos, ter atuado por dois anos na coordenação das atividades de produção de petróleo na bacia do Solimões, conhecer as dificuldades, limitações e altos custos na construção e manutenção de estradas na região, tal iniciativa é no mínimo estapafúrdia."
Carlos A. G. Fanha (Belém, PA)

Serviço social
"O Conselho Regional de Serviço Social vem esclarecer e solicitar retratação do general Roberto Câmara Senna sobre como ele se refere à profissão de assistente social (Folha, 23/11). Ao contrário do que a declaração do general pode deixar transparecer, não somos paternalistas, mas sim comprometidos com um papel social que nossa ética profissional coloca, seja em uma atuação nos morros cariocas ou em qualquer outro lugar do país, exercendo o serviço social ressaltando o respeito à liberdade e à cidadania."
Elisa Aparecida Gonçalves, presidente do Conselho Regional de Serviço Social –9ª Região (São Paulo, SP)

Tensão carioca
"As Forças Armadas no Rio, que tinham a função de acabar com o crime organizado e com o narcotráfico, têm extrapolado em suas atividades: invadem lares sem mandado e apontam fuzis para uma cidade que já incorpora um clima de tensão geral."
Alessandra Roberta Tamoyo (Guarulhos, SP)

Motorista nota 10
"Todo motorista habilitado há pelo menos dez anos, que durante esse período não tenha cometido imperícia grave no trânsito, poderia ser distinguido com a honraria de motorista nota 10, com direito a ter placas ou adesivos especiais em seus carros, facilmente visíveis, outorgando-lhe ainda as prerrogativas de não só orientar o tráfego, mas também, na ausência de policial no local de um acidente, multar ou denunciar todo e qualquer motorista que agir na contramão das leis."
Vasco Vasconcelos (Brasília, DF)

Cinto obrigatório
"Os paulistanos merecem parabéns pela visão inteligente de sua administração, que não mediu esforços para salvar vidas em acidentes de trânsito, conseguindo a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança no município."
Orlando Lovecchio Filho (Santos, SP)

Cony e a Bahia
"Sou admiradora das crônicas de Cony. Daí a minha surpresa com a crônica 'Barba Azul sem castelo' (23/11), em que gratuitamente ofende a Bahia, colocando 'morar na Bahia' ao lado das coisas, em suas próprias palavras, 'sórdidas'. Na condição de baiana protesto veementemente."
Ninive Bernardes Calves (Santos, SP)

Menino de brinco
"As mães que fizeram manifestação contra o brinco do garoto Bruno estão mais para Ku-Kux-Klan do que para defensoras dos bons costumes."
Marcos de Assis dos Santos (Ribeirão Preto, SP)

Busca sem fim
"Onde conseguir um carro popular a preço de tabela?"
Rebeca Bueno Rocha (São Paulo, SP)

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