São Paulo, quinta-feira, 1 de dezembro de 1994
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Ministro do Exército promete punir abusos

DO ENVIADO ESPECIAL E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Exército, Zenildo Lucena, afirmou ontem que os militares que transgrediram as regras durante a operação antiviolência no Rio serão punidos.
Lucena garantiu aos deputados que participaram da sessão reservada da Comissão de Defesa Nacional da Câmara que não haverá corporativismo.
O chefe do Centro de Comunicaçcão Social do Exército, general Gilberto Serra, disse que o ministro foi "enfático" ao falar sobre o assunto.
Ele afirmou que se ficar caracterizado crime militar o caso será levado à Justiça Militar.
"O Exército não vai proteger pessoas que transgrediram as regras. Quem transgrediu não está sob nenhuma espécie de proteção", disse o general aos parlamentares.
Foram citadas, genericamente, as denúncias publicadas em jornais de supostos casos de tortura durante a ocupação do morro do Borel.
Segundo deputados que participaram da reunião, os militares disseram que, além de investigar as denúncias, estão corrigindo os erros, como a decisão de acabar com a revista de crianças.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) questionou as revistas feitas pelos militares a todos os moradores dos morros. Ela afirmou que estavam atingindo "pessoas de bem".
Na semana passada, a deputada e convidados para um almoço em sua casa foram revistados na entrada do morro da Mangueira.
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que não houve crítica à atuação do Exército. "Houve apenas uma cobrança do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que pediu a devolução do cruzeiro ao morro do Borel."
Miro Teixeira disse aos militares que o cruzeiro, retirado do alto do morro durante operação militar, não pertencia aos traficantes.
Doado à comunidade pela Light, o crucifixo será recolocado em seu lugar original. Esta foi a promessa dos militares.

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