São Paulo, quinta-feira, 1 de dezembro de 1994
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Receita autoriza deslocamentos de carga

DA REPORTAGEM LOCAL

A Canadian, companhia aérea do Canadá, retirou ontem oito toneladas de produtos importados do terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos e determinou o deslocamento das mercadorias para um armazém privado credenciado pela Receita Federal fora do aeroporto.
Foi a primeira companhia aérea a tomar tal decisão, em consequência do congestionamento do terminal de cargas do aeroporto.
Segundo a gerente da Canadian Air Cargo no Brasil, Malba Pinho, os produtos –eletrônicos, papel, peças de máquinas e produtos químicos– foram colocados à disposição da Alfândega em quatro horas. No aeroporto, o prazo médio é de 12 dias, disse ela.
A gerente afirmou que a retirada das cargas pelas companhias aéreas foi autorizada pela Receita Federal. Anteontem, várias empresas de aviação, entre elas a Varig –que transporta 50% da carga destinada a Guarulhos– assinaram termo de responsabidade com a Receita para levar carregamentos de importados para armazéns alfandegários particulares.
Malba Pinho disse que a responsabilidade das companhias aéreas no transporte de cargas termina no aeroporto mas que, em função do tumulto em Guarulhos e das chuvas recentes, a Canadian assumir o transporte dos produtos até os armazéns indicados pela Receita.
Até ontem à tarde, as empresas de aviação não sabiam se a Infraero (estatal responsável pela administração dos aeroportos) abrirá mão da taxa de 1% sobre o valor dos produtos importados nas mercadorias que forem levadas para armazéns privados.
Em função disso, a Canadian sugeriu aos importadores que recolham a taxa aos armazéns. Se a estatal dispensar o pagamento, o dinheiro será devolvido, disse ela.
Segundo Malba Pinho, a Canadian vê a transferência de produtos importados para armazéns privados como uma medida emergencial, até que a Infraero consiga desafogar as cerca de oito mil toneladas de produtos acumuladas em Guarulhos.
Na avaliação da gerente, nos armazéns privados os importadores poderão ter sua mercadoria desembaraçados em menos de 24 horas (incluindo o trabalho da Alfândega). "A partir dessa experiência, os importadores vão poder avaliar a a qualidade dos serviços prestados pela Infraero e exigir seus direitos", afirmou.

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