São Paulo, quinta-feira, 1 de dezembro de 1994 |
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Argentina mantém brasileiro preso
SÔNIA MOSSRI
Santos pediu ao consulado brasileiro na capital argentina o envio de comida à prisão de Vila de Corvo, na Grande Buenos Aires. A Polícia Federal argentina recusa-se a fazer qualquer comentário oficial sobre a detenção. Segundo a Folha apurou junto à Secretaria de Inteligência de Estado (órgão de informação da Presidência argentina), Santos está detido porque a PF ainda não chegou a uma conclusão sobre a veracidade de seus depoimentos. Nas primeiras declarações, no último dia 12, ele relatou às autoridades argentinas informações sobre a preparação do atentado à Amia. Uma semana depois, em depoimento voluntário, negou todas as declarações. No mesmo dia, Santos foi detido pela PF. O brasileiro está em uma cela na prisão de Vila de Corvo com mais quatro pessoas. Até agora, ele se recusa a fornecer ao consulado brasileiro qualquer informação sobre os seus familiares no Brasil. Santos já foi interrogado por integrantes do Mossad (Serviço de Inteligência de Israel). O que mais intriga o Serviço Secreto da Argentina e de Israel é o fato de o primeiro depoimento de Santos não ser compatível com o modo de operar dos grupos Hizbollah e Hamas. Esses dois grupos não costumam recrutar pessoas estranhas à causa islâmica. Por isso mesmo, a PF suspeita de seu depoimento. Oficialmente, ele está detido por falso testemunho. Na prática, continuará preso até que o serviço secreto chegue a uma conclusão sobre a veracidade ou não dos depoimentos contraditórios. Reservadamente, a PF argentina e a Secretaria de Estado reclamam da pouca colaboração do governo brasileiro nas investigações sobre o atentado à entidade judaica. Os órgãos de inteligência da Argentina e de Israel apostam na existência de uma base de terroristas islâmicos na fronteira do Brasil com a Argentina. Esse dado, segundo os argentinos, é menosprezado pelo governo brasileiro. Próximo Texto: Israelense propõe Estado Palestino Índice |
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