São Paulo, sexta-feira, 2 de dezembro de 1994 |
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SP registra sétima chacina em 3 meses
MARCELO GODOY
Esta é a sétima chacina na Grande São Paulo nos últimos três meses. A polícia suspeita que o crime seja um acerto de contas ligado ao tráfico de drogas. A polícia não tinha pistas dos matadores até a tarde de ontem. Alaércio Fernandes, 34, Samuel Wagner Nazareth, 29, Wilson Gonçalves Silva, 22 e Carlos Roberto Barbosa, 34, morreram. O vendedor Juscelino Mascarenhas dos Reis, 34, e o impressor Roberto Alves Ferreira, 36, foram feridos. Os seis estavam na barraca de cachorros-quentes de Reis. Perto dela, há três bares que já estavam fechados. Segundo Ferreira, os assassinos chegaram sem dizer uma única palavra e foram atirando. Reis ainda teria tentado correr, mas foi atingido por uma bala no rosto e por um tiro no abdômen. Os vizinhos do local disseram à PM que só ouviram os tiros e que não viram os assassinos fugirem. Os policiais militares chegaram no local cerca de dez minutos após o crime. Eles levaram todas as vítimas para o pronto-socorro da Vila Nova Cachoeirinha (zona norte). As buscas dos policiais na região para tentar encontrar os assassinos duraram até as 4h. Nenhum suspeito foi preso ou detido. O delegado Sérgio Luiz Gianuzzi, 27, disse que conversou com familiares de Silva que teriam dito que o rapaz era viciado em drogas. "Suspeito que esse crime tenha relação com o tráfico de drogas. Com certeza foi uma vingança", afirmou o delegado. Gianuzzi disse que foi ao local do crime, mas não achou nenhum entorpecente e nenhuma testemunha. Ele afirmou também que não foi achado projétil das armas disparadas pelos assassinos e que nenhuma das vítimas tinha dinheiro na carteira. "Elas estavam só com seus documentos". A polícia foi ao pronto-socorro tentar falar com os sobreviventes. Segundo o delegado, Reis disse que só ouviu os disparos e que não poderia reconhecer os criminosos. "Ele falava com muita dificuldade." O estado de saúde do vendedor ambulante era grave. Na manhã de ontem, a polícia foi ao Hospital Sorocabano, para onde Ferreira foi transferido de madrugada. O objetivo era tomar seu depoimento. Até a tarde de ontem, o 28º DP não havia revelado o conteúdo desse depoimento. "No pronto-socorro, ele me disse informalmente que não conhecia os assassinos", afirmou o delegado. A polícia ia tentar fazer Ferreira descrever os matadores a fim de produzir os retratos falados dos suspeitos. Os investigadores também estavam procurando os familiares das outras vítimas a fim de saber o que cada uma delas havia feito na noite passada. Nenhum dos seis baleados tinha ficha policial. Texto Anterior: Pela culatra; Escassez; Lixo Próximo Texto: Número de homicídios até setembro era de 4.924 Índice |
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