São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Delegado compra galo e galinha e acaba com briga de vizinhos

DA FOLHA NORTE

O delegado do 4º Distrito Policial de Araçatuba, Cláudo Manoel Frade Gomes, 40, comprou um galo e uma galinha para resolver uma briga entre dois vizinhos do bairro de Higienópolis.
O professor Abrão Cury Júnior, 30, recorreu à polícia porque não conseguia dormir com o canto do galo. Para evitar aborrecimentos, Gomes comprou as aves. "Teria de ouvir as testemunhas, fazer boletim de ocorrência e abrir inquérito. Seria muita dor de cabeça."
Gomes disse que, para não deixar o galo sozinho, decidiu também comprar sua companheira. "É um galinho caipira, ainda novinho que precisa da companheira", brincou o delegado.
O dono do galo, o ferroviário aposentado José Soares de Oliveira, 68, comprou o galo há 20 dias.
"O galinho ajudava acabar com as ervas daninhas do quintal. Vou esperar terminar o contrato de aluguel da casa para voltar a Campo Grande, de onde vim", disse. Oliveira disse que só recebeu reclamação do professor.
Até fiscais da Vigilância Sanitária foram chamados para tentar solucionar o problema, mas não puderam fazer nada porque não havia problema de mau cheiro ou criação de pernilongos e piolhos.
O vizinho que mora ao lado de Oliveira, o representante comercial Aldamir Branco, 47, disse que se a vizinhança quiser ele lidera um abaixo-assinado para trazer o galo de volta.
"Eu tinha três alternativas: dar veneno para o galo, brigar com o dono da ave ou chamar a polícia. Escolhi a última", afirma.
Cury Júnior disse que ficou duas semanas sem dormir. "Minha janela dá para o quintal onde estava o galo. Ele cantava às 4h30, todo dia. Estava ficando louco."
O delegado Gomes disse ontem que vai levar o galo para um sítio de parentes na zona rural de Araçatuba. O galo está atualmente no quintal da casa de sua mãe. "Até agora ninguém reclamou."

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