São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Túnel sob a Santo Amaro abre hoje às 11h

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir das 11h de hoje estará aberto ao tráfego o túnel que liga as avenidas Juscelino Kubitschek e Antônio Joaquim de Moura Andrade, com passagem sob a avenida Santo Amaro, no Itaim (zona sul de São Paulo).
A construção do túnel começou na gestão de Jânio Quadros (1986-88) e foi paralisada na prefeitura de Luiza Erundina (1989-93). Em novembro do ano passado a obra desabou duas vezes, o que atrasou sua conclusão em seis meses e aumentou em R$ 8,5 milhões o custo do projeto (cerca de R$ 64 milhões).
A inauguração do "Complexo Viário Tribunal de Justiça" altera o trânsito na região (veja mapa). Os túneis têm cerca de 800 m. Depois da saída de cada um, painéis luminosos informam aos motoristas as condições do trânsito adiante. Um deles já está funcionando.
Segundo a prefeitura, o conserto dos estragos provocados pelo desabamento das obras do túnel foi pago pelo consórcio de empreiteiras responsáveis pela obra, CBPO-Constran. As empresas vão apresentar a nota à prefeitura. Maluf diz que não vai pagar.
O caso já esteve na Justiça. A obra havia sido embargada a pedido do Ministério Público, que pleiteava a investigação do acidente e a avaliação dos riscos para a população. A liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público, o consórcio CBPO-Constran e a Emurb firmaram um termo de compromisso que liberava a prefeitura de qualquer despesa com a obra. O Tribunal de Contas do Município fiscalizaria o acordo. Depois disso, o caso foi arquivado.
O relatório de especialistas convocados pela prefeitura atribuiu o desabamento a uma ruptura na galeria do córrego do Sapateiro, que vazava e sob a qual estava sendo construído o túnel.
O relatório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) diz que houve ruptura, mas não havia vazamento. Nenhum dos dois estudos apontou responsáveis pelo desabamento.
Para o vereador Adriano Diogo (PT), os dois relatórios sugerem que ou a obra foi mal projetada ou deveria ter sido paralisada quando notado o vazamento da galeria.
Para Diogo, a prefeitura pode ter pago o conserto, pois o custo total da obra ficou em R$ 82 milhões (contra R$ 64 milhões declarados pela prefeitura), acima dos R$ 64 milhões estimados.

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