São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994 |
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Para Collor, eleição de FHC referendou projeto do PRN Ex-presidente procura demonstrar que está tranquilo CYNARA MENEZES
"A semente foi lançada e era boa. O terreno fértil foi a percepção da sociedade", disse o ex-presidente à Folha. Para Collor, o projeto de governo de FHC é "igual ao emendão", o projeto de reformas que encaminhou ao Congresso. Ele elogiou o novo presidente. "É um homem arejado, que percebe as mudanças no mundo. Tem clareza do que é necessário fazer. Só não sei se terá coragem e determinação para sair do campo das idéias e executar", disse. Collor prefere não manter expectativas em relação ao julgamento para evitar que se repita a frustração da negativa do tribunal ao mandado de segurança contra a decisão do Senado de torná-lo inelegível. Na época do julgamento do mandado, há quase um ano (363 dias), ele tinha certeza que o resultado seria positivo. Mas o empate no STF foi derrubado pelos votos de três ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que mantiveram a inelegibilidade. Collor vai manter amanhã a rotina de ir à biblioteca ler os jornais e alguns livros. Neste momento, ele se dedica a três títulos que tratam de assuntos políticos –"Teoria Política Grega", de Ernest Barker, "Che Guevara" (em francês), de Ricardo Rojo, e "A Revolução Impossível", de Luís Mir. Na espera, "The Bell Curve", o polêmico livro sobre a superioridade intelectual de algumas raças sobre outras. Sobre a mesa, um mini-terço e uma pequena imagem de São Jorge, presenteados "há muito tempo" por uma freira. Do lado de fora, o ainda fiel escudeiro Dario César, que o acompanha há oito anos –desde o governo de Alagoas–, vestido com um terno parecido, de botões dourados. É na biblioteca que o ex-presidente vai acompanhar o julgamento, pelo telefone, ouvindo o relato dos amigos já escalados para comparecer, e dos advogados. Os filhos do primeiro casamento com a socialite Lilibeth Monteiro de Carvalho –Arnon Afonso e Joaquim Pedro– também vão estar em Brasília para acompanhar tudo ao lado do pai. A ex-primeira-dama Rosane Collor não saiu de casa ontem. Texto Anterior: FHC volta a tema do 'mulatinho' em encontro Próximo Texto: PC vai usar certidão da CPI Índice |
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