São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Prefeitura de Belo Horizonte acaba com a repetência e provas finais

AMAURY RIBEIRO JR.

AMAURY RIBEIRO
JR. Da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (MG) introduz no ano que vem o Plano Escola Plural nas 171 escolas municipais públicas, que acaba com as provas finais e a repetência. A prefeitura é administrada pelo PT.
As estratégias a serem adotadas no Plano Escola Plural começaram a ser discutidas ontem, numa conferência que reuniu os educadores do município. A Escola Plural termina com a divisão dos alunos por série. Os estudantes passarão a ser agrupados em três ciclos, de acordo com sua idade.
Os alunos de 8 anos, por exemplo, estarão no ciclo infância. No segundo ciclo, o da pré-adolescência, estudarão os alunos entre as idades de 9 a 11 anos. O último ciclo, o da adolescência, agrupará alunos com idade entre 12 e 14 anos.
Segundo a secretária municipal de Educação, Glaura Vasques de Miranda, os alunos terão um acompanhamento permanente durante todo o ano, em vez de serem submetidos a prova de fim de ano. "Não é justo um aluno com deficiência em algumas matérias, mas que saiu bem em outras, deixar de passar de ano. O aluno mudará de ciclo, mas terá no ano seguinte um acompanhamento mais atencioso nas matérias em que é mais deficiente", afirmou a secretária.
Glaura Vasques disse que, "em casos extremos", os alunos que forem mal em todas as matérias não mudarão de ciclo.
Para ela, a Escola Plural introduz no sistema educacional do país um novo conceito de educação. "Em vez de o aluno viver em função da escola, a escola passa a viver em função do aluno", disse.
Ela afirmou que a Escola Plural funcionará inicialmente no ano que vem apenas nos dois primeiros ciclos. O ciclo da adolescência será incorporado somente em 1996. "Queremos testar no ano seguinte os dois primeiros ciclos, para chegarmos no terceiro ciclo mais aperfeiçoados", afirmou a secretária.
A Escola Plural faz parte de um projeto educacional do PT para tentar acabar com a evasão e a repetência na escola.
A secretária de Educação afirmou estar consciente de que o novo modelo de ensino provocará polêmica. "As pessoas estão acostumadas com o modelo tradicional".

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