São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
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Militares cercam Nova Brasília
RICARDO FELTRIN; SANDRO GUIDALI
O Exército realizou ontem uma operação de cerco a traficantes na favela Nova Brasília, em Bonsucesso, zona norte do Rio. Os militares se recusaram a informar se houve apreensão de drogas ou armas na operação. Na favela, que faz parte do complexo do Alemão (agrupamento de morros e favelas na zona norte do Rio), ocorreu uma chacina no dia 18 de outubro, na qual foram mortas 13 pessoas. Cerca de cem soldados e dez PMs do batalhão feminino participaram da ação de ontem. Segundo moradores, a operação começou por volta das 8h e terminou às 17h. Os militares bloquearam pelo menos 20 ruas que dão acesso à Nova Brasília. Armados com fuzis, metralhadoras e utilizando barris, jipes e caminhões do Exército como barreiras, eles pediam a apresentação de documentos a suspeitos. Um dos bloqueios ficou na avenida Nova Brasília, onde havia uma feira livre. Homens, mulheres e crianças eram revistados. Um morador, que pediu para não ser identificado, afirmou que a venda de drogas estava "normal" no interior da favela. "Vão continuar vendendo mesmo, porque aqui o Exército não vem de jeito nenhum", disse. Durante a madrugada de ontem ocorreu um tiroteio na Nova Brasília. Segundo o 16º BPM (Batalhão da Polícia Militar), o tiroteio envolveu quadrilhas de traficantes. Duas moradoras –também se recusaram a dizer seus nomes– da favela afirmaram que o tiroteio foi entre PMs e traficantes. O 16º BPM negou que PMs estivesse envolvidos no tiroteio. Tabajaras Soldados do Exército ocuparam ontem as duas vias de acesso à favela da ladeira dos Tabajaras (Copacabana, zona sul). Os militares revistaram veículos e pessoas que subiam o morro. A operação começou por volta das 8h, segundo moradores. Um caminhão que transportava móveis, colchões e eletrodomésticos foi parado e os funcionários da transportadora tiveram de desembarcar todas as mercadorias. A vistoria durou meia hora. Documentos e notas fiscais das mercadorias foram vistoriados pelos soldados, que anotaram os nomes e o endereço dos transportadores. (Ricardo Feltrin e Sandro Guidalli) Texto Anterior: Militares são presos com armas ilegais Próximo Texto: Vítima do Exército estava bêbada Índice |
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