São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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Chuvas inundam rios e param SP

DA REPORTAGEM LOCAL *

As chuvas que atingiram São Paulo anteontem à noite causaram pelo menos uma morte, fizeram o rio Tietê e o córrego Aricanduva transbordar, inundaram a zona leste e criaram congestionamentos de 137 km em toda a cidade.
As chuvas, que devem parar hoje, atingiram 91 mm entre 22h de terça e 10h de ontem, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O número representa 45% da média história de chuvas em São Paulo no mês de dezembro, o mais chuvoso na cidade com 202 mm.
Equivale, ainda, a um volume de água suficiente para encher 59.589 piscinas olímpicas oficiais. Uma piscina oficial tem 50 m de comprimento, por 22,8 m de largura e 2 m de profundidade.
A zona leste foi a mais atingida pela enchente. Cinco casas desabaram em São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Pari. Dois moradores ficaram feridos.
Em Artur Alvim (zona leste), um homem não-identificado foi encontrado morto no meio da lama com sinais de afogamento.
Na região próxima ao córrego Aricanduva –que inclui Tatuapé, Penha e parte da Mooca– houve inundação em ruas e casas. As águas chegaram a alcançar 2 m de altura (leia texto abaixo).
Não houve desabamentos nem feridos, mas os moradores afirmam que um homem de cerca de 50 anos foi levado pela correnteza. Até o final da tarde de ontem, o corpo não havia sido encontrado.

Trânsito
As enchentes congestionaram as principais avenidas das 7h30 às 11h. O momento mais crítico aconteceu por volta das 9h30, quando havia 137 km de congestionamentos pela cidade.
Os locais mais afetados foram a marginal Tietê, onde o congestionamento chegou a 19 km em cada um dos dois sentidos, e a avenida Radial Leste, com 13,4 km de congestionamento.
Em pontos da marginal que ficaram intransitáveis, somente caminhões e ônibus arriscavam passar. Em outros trechos, carros também tentavam a travessia.
O movimento no terminal rodoviário do Tietê foi suspenso por três horas, das 6h às 9h, por causa de alagamentos na marginal Tietê.
Houve atrasos no embarque e desembarque de passageiros, mas nenhuma viagem foi cancelada.
As rodovias que dão acesso a São Paulo pela marginal Tietê também ficaram com o trânsito parado. O pior engarrafamento ocorreu na Castelo Branco, com 18 km de extensão.
Na Bandeirantes e Anhanguera, o congestionamento atingiu 8 km e na Dutra, 5 km. Na Trabalhadores, o trânsito teve que ser desviado para a Dutra na altura do km 19.
Por causa dos ventos fortes e queda de árvores, faltou luz em vários bairros. Segundo a Eletropaulo, houve aumento de 50% no número de ocorrências, que passaram dos 600 casos diários para 978.

Racionamento
Apesar das chuvas, o racionamento de água nas zonas sul, oeste e leste da Grande São Paulo não será suspenso.
Na represa Guarapiranga, que abastece 3,3 milhões de pessoas e 280 bairros das zonas sul e oeste, as chuvas chegaram a 47,6 mm. Com isso, sobe para 59 mm o total acumulado em dezembro.
Para que o racionamento nos bairros abastecidos pela Guarapiranga seja suspenso é preciso que chova pelo menos duas vezes a média de chuvas de dezembro na represa, que é de 185,4 mm.
* Colaboraram o Banco de Dados e a Redação.

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