São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994 |
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Viaje pelo arquipélago de histórias de Robert louis Stevenson no centenário de sua morte
SILVIO CIOFFI
Stevenson é um escritor que viveu como personagem. Nasceu em Edimburgo, a capital da Escócia, em 1850, e, doente, viveu seus últimos dez anos na Polinésia. Reconhecido apenas pela menção de suas iniciais, RLS escreveu quase 30 livros em 44 anos de vida. Viajante inveterado, perambulou pela Europa e América até que, a partir de San Francisco (EUA), decidiu navegar pelos mares do Sul em busca de histórias, aventura e de um clima mais adequado à sua saúde. Apaixonado pelos veleiros e vapores comerciais que exploravam o mistério daqueles arquipélagos longínquos do Pacífico no fim do século, o escritor abraçou a Polinésia, sua gente e seus mitos como um náufrago que se agarra aos destroços do navio. Esteve no Taiti, nas ilhas Cook, Marshall e Marquesas. No Havaí se tornou amigo e conselheiro do último rei, Kalakaua. Em Samoa, onde a antropofagia era manifestação literal pouco literária, o escritor construiu uma bela casa, encontrou a vida e foi alcançado pela morte. Vitimado por um derrame às 20h10 do dia 3 de dezembro de 1894, RLS foi enterrado no alto do monte Vaea, em Vailima, hoje Samoa Ocidental. Gravada no seu túmulo, num lugar ainda coberto por densa vegetação tropical, a palavra "Tusitala" dá uma dimensão do significado de Stevenson para os samoanos. Ela designa um deus que os nativos não esqueceram, o contador de histórias escocês meio patriota e meio desertor que resolveu adotar o romance como estilo de vida e a Polinésia –que desconhecia a escrita– como seu lar. LEIA MAIS Sobre Stevenson nas págs. 6-2 a 6-14. Próximo Texto: Histórias prendem leitor no 1º parágrafo Índice |
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