São Paulo, quinta-feira, 8 de dezembro de 1994
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Mergulho chega a 10 metros na lagoa Azul

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DO ENVIADO ESPECIAL A ANGRA (RJ)

Para chegar ao submarino, os argonautas são transportados num saveiro, que faz um passeio por recantos da Ilha Grande em frente ao hotel Portogalo, que fica no continente. O Argos opera num dos pontos de mergulho conhecido como lagoa Azul.
O submarino transporta 16 passageiros e dois tripulantes –o piloto e o co-piloto.
Com tecnologia nacional, desenvolvida pela Consub, o Argos consumiu mais de R$ 3,5 milhões em pesquisas.
Todo esse investimento permite que o barco navegue a 30 metros de profundidade, embora possa descer até 100 metros.
Na área da lagoa Azul, os mergulhos chegam a dez metros, o suficiente para que os passageiros possam ter uma visão do fundo do mar e sintam uma certa decepção por ver pouco da fauna e da flora.
Essa ausência de vida é explicada pelo comandante do Argos, Renato de Almeida Padilha, 47, capitão-de-mar-e-guerra da reserva da Marinha.
Segundo Padilha, o projeto do submarino já dominou toda a fase tecnológica do mergulho e da segurança de navegação, mas ainda falta desenvolver a parte externa, a convivência do barco com o meio ambiente, de forma que sua imersão não afugente os peixes.
Os passageiros do Argos vão sentados de dois a dois em frente a grandes escotilhas.
Sua reserva de oxigênio permite que permaneça até três dias submerso. As operações de socorro, em situações simuladas, demoraram o máximo de duas horas.
Um barco de apoio sempre navega próximo ao submarino e no caso de desistência pode receber qualquer passageiro.
Outro detalhe é a ausência do vermelho quando o submarino desce a mais de cinco metros.
A partir dessa profundidade, a luz que penetra na água não permite que se veja a cor vermelha.
Todos percebem essa mudança do espectro, quando se começa a notar as alterações de cor das bocas e línguas dos vizinhos, que adquirem tonalidades de roxo.

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