São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994
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Jatene é o nome mais cotado para Saúde

GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cardiologista Adib Jatene voltou a ser o nome mais cotado para ocupar o Ministério da Saúde no governo do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Jatene chefiou a pasta na gestão de Fernando Collor.
Segundo assessores de FHC, já está praticamente certo que Jatene será o titular do ministério. O ex-ministro collorido agrada ao PSDB e tem o aval do senador eleito Antônio Carlos Magalhães, principal cacique do PFL.
O presidente eleito chegou a afirmar, durante sua campanha eleitoral, que iria formar um ministério "de Jatenes". Segundo seus assessores, FHC, na verdade, nunca descartou o convite ao cardiologista.
O silêncio em torno de seu nome seria uma estratégia para resguardar o médico de eventuais pressões de grupos que possuem interesse na pasta.
Ontem, FHC almoçou com outro ministeriável –o senador eleito José Serra (PSDB-SP). Ele, que já estava cotado para a Indústria e Comércio e para a Educação, aparece agora também como cogitado para o Planejamento.
FHC já estava decidido em indicar Paulo Renato Souza, coordenador de seu programa de governo, para o Planejamento. Mas a resistência de Serra em aceitar a Educação ou a Indústria e Comércio podem obrigá-lo a fazer uma readequação do quadro.
Serra, por sua vez, insiste que também não quer esta pasta e que seu objetivo é ficar no Senado, onde poderia auxiliar o governo na aprovação das reformas constitucionais que pretende enviar ao Congresso.
O senador eleito, na verdade, gostaria de ter sido indicado para a Fazenda –cargo que já está ocupado pelo atual presidente do Banco Central, Pedro Malan.
Ontem, no almoço, FHC não chegou a fazer um convite oficial a Serra para que ele aceite o Planejamento. Mas o presidente eleito deixou claro que quer ter o futuro senador dentro de seu quadro de primeiro escalão.
Ontem, FHC ainda recebeu pela manhã o governador eleito do Distrito Federal, Cristóvam Buarque (PT). O encontro, o primeiro desde a eleição, foi realizado na casa de FHC, no Lago Sul, em Brasília.
O governador eleito não quis revelar o teor da conversa. Disse apenas que pretende manter uma convivência "democrática e civilizada" com Fernando Henrique.

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