São Paulo, sexta-feira, 9 de dezembro de 1994
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Nem as crianças aguentam a pieguice do "Milagre na Rua 34"

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Filme: Milagre na Rua 34
Direção: Les Mayfield
Elenco: Richard Attenborough, Elizabeth Perkins e Dylan McDermott
Estréia: nos cines Metrópole, Top Cine, Metro 2, Gemini 1 e circuito

Tudo bem, o Natal é a época dos bons sentimentos. Mas eles não precisam ser confundidos com pieguice –o que acontece em "Milagre na Rua 34".
Remake do clássico "De Ilusão Também se Vive" (1947), de George Seaton, este filme dirigido por Les Mayfield não convence nem crianças nem adultos.
Não convence crianças porque a discussão sobre a existência ou não de Papai Noel interessa pouco a quem ganha presente. Não convence adultos porque a discussão passa do capitalismo ao misticismo num vôo rasante, estarrecedor.
Mara Wilson interpreta a menina Susan, a chatinha sabidinha de plantão na maioria dos filmes infantis de Hollywood. Ela sabe tudo, mas não acredita sequer em Papai Noel. Culpa de sua mãe (Elizabeth Perkins), que foi abandonada pelo marido bêbado logo depois de Susan nascer e só pensa em dizer a verdade à filha para protegê-la da desilusão.
Dorey, a mãe de Susan, contrata um Papai Noel (Richard Attenborough) para o desfile de Natal da loja onde trabalha. Acontece que o tal contratado não só é a imagem e semelhança do mito como também reivindica sê-lo em carne e osso.
Pior que a ganância dos donos da lojas, inimiga do espírito natalino, é a falta de fé das pessoas, diz o filme. Essa conversa vai culminar no julgamento de Papai Noel, defendido pelo advogado do bem Bryan Bedford (J. T. Walsh).

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